Último capítulo da Vasp em leilão para a venda de souvenirs que contam história da companhia aérea

R$ 173 – A história da Viação Aérea São Paulo (Vasp) começou com o fim da Revolução de 1932. No Campo de Marte um ano após a revolta ser sufocada peças forças federais, dois aviões Monospar ST-4 davam início a uma trajetória vitoriosa até a falência da companhia, nas mãos do empresário Vagner Canhedo.

Da capacidade de três passageiros de cada um desses velhos aparelhos de fabricação inglesa, surgiram as modernas aeronaves capazes de levar mais de 200 pessoas em apenas uma viagem. Viajar pela Vasp foi possível até janeiro de 2005, quando foi cassada a autorização de operação.

Suas aeronaves estiveram paradas por aeroportos de todo o país até pouco tempo, testemunhas de uma triste página da história da aviação comercial brasileira. O último capítulo da empresa será o leilão de objetos que guardam um pouco dessa história na segunda-feira (19), na Casa Portugal (avenida Liberdade, 605, em São Paulo).

Mas quem quiser comprar os souvenirs dos aviões da companhia pioneira do país já pode fazer seus lances on line. O valor inicial é de R$ 173,00. A venda consta do leilão autorizado pela 1ª Vara de Falência do Estado de São Paulo. Ao todo, 20 lotes serão leiloados, contendo quadros antigos, roupões de primeira classe (nunca usados), uniformes de aeromoças e comandantes, maquetes de porcelana de aviões, brevês de comandantes; talheres e bonés – tudo personalizado com a logo da empresa.

A assessoria de imprensa do Conselho Nacional de Justiça informou hoje (16) que a iniciativa é do Programa Espaço Livre Aeroportos, da Corregedoria Nacional de Justiça, em parceria com a Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Ministério da Defesa e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O programa, entre outras medidas, acelerou mais de 100 processos envolvendo infraestrutura aeroportuária no país e doou duas aeronaves originárias do tráfico de drogas a tribunais brasileiros – Mato Grosso e Amazonas.

Com o leilão, a 1ª Vara de Falência de São Paulo pretende arrecadar dinheiro para pagar os credores trabalhistas da empresa. Existem aproximadamente 11 mil reclamações trabalhistas de funcionários de todas as áreas.