Líder do PT na Câmara doura a pílula para falar da Emenda 29 e mostra que Lula mentiu sobre a saúde

(Foto: Divulgação - PT)
Só o tempo – “Um copo d’água meio cheio, meio vazio”. Foi dessa forma que o líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira (SP), classificou a atual situação da saúde pública no País. Esse discurso visguento e traiçoeiro serve para embalar a movimentação silenciosa do Palácio do Planalto para criar um novo imposto que consiga, sem retirar dinheiro do orçamento atual, financiar a saúde pública, que terá investimentos definidos pela Emenda 29, que entra em votação na Câmara nos próximos dias.

Quando a discussão da Emenda 29 voltou à cena política, os palacianos entraram em campo para barrar a votação da matéria, pois os investimentos (de responsabilidade da União, estados e municípios) sangrariam o orçamento do governo federal. Temendo repercussões negativas por parte da sociedade, principalmente em 2012, ano de eleições municipais, o PT palaciano preferiu liberar a votação da matéria, mas incumbiu sua tropa de choque no Congresso de inserir na discussão um novo imposto. Diante de câmeras e microfones, Dilma diz que é contra a criação de um imposto nos moldes da CPMF, o qual ela rotulou como “engodo”.

Em meados de 2006, Luiz Inácio da Silva, que se preparava para a campanha pela reeleição, disse que a saúde pública no Brasil estava a um passo da perfeição. Uma sonora inverdade, que o próprio Lula foi obrigado a reconhecer meses depois. Um ano mais tarde, em dezembro de 2007, o Senado Federal derrubou a tentativa do Palácio do Planalto de prorrogar a CPMF. Foi a desculpa que Lula da Silva precisava para explicar a mentira contada anteriormente.

As palavras marotas do deputado Paulo Teixeira mostram que a era Lula foi marcada pela mitomania, assim como o PT não se incomoda em rasgar o discurso do passado, pois enquanto engrossavam as fileiras da oposição, os petistas eram críticos ferozes da criação de novos impostos. Como diz a sabedoria popular, o tempo é o senhor da razão, a qual muitas vezes é amarga e desanimadora.