Superou a expectativa – A articulação feita pelo Palácio do Planalto, em parceria com o governador Eduardo Campos (PSB) e por tabela com o governo tucano de Marconi Perillo, garantiu por larga margem de votos a eleição da deputada Ana Arraes (PSB-PE) para o Tribunal de Contas da União. O resultado da votação por uma grande margem de votos surpreendeu até mesmo os partidários da candidatura da primeira mulher a ter assento como ministro do Tribunal, órgão auxiliar do Congresso Nacional.
Ana Arras obteve 222 votos, após uma grande articulação, na qual não faltaram jantares e conversas ao pé do ouvido. Ex-presidente da Câmara e ex-relator do projeto do Código Florestal Brasileiro, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) obteve 149 votos. Número quase equivalente ao da frente de agronegócios, que seria um dos seus principais colégios eleitorais por conta de seu trabalho na relatoria do Código.
Aldo Rebelo começou a perder há duas semanas, quando o líder da bancada do PTB, Jovair Arantes (GO), desistiu de concorrer, conforme a reportagem do ucho.info noticiou. A desistência foi decisiva após uma conversa com o governador tucano Marconi Perillo, que lhe garantiu uma vaga para concorrer ao Senado em 2014. Por conta disso Jovair declarou apoio a Ana Arraes. A presidente Dilma Rousseff também fez campanha a favor da deputada, que é mãe do governador pernambucano, Eduardo Campos, e filha do ex-governador Miguel Arraes.
Com o apoio oficial, restaram poucas chances para os demais concorrentes. O deputado Átila Lins (PMDB-AM), que nesta manhã disse à reportagem que poderia receber até 160 votos, contabilizou de fato 47. Esta foi a segunda vez que concorreu. Em 2001 foi derrotado por Ubiratan Aguiar.
O deputado Milton Monti (PR-SP) obteve 30 votos. Damião Feliciano (PDT-PB) recebeu 33. O funcionário de carreira do Tribunal de Contas da União, Rosendo Severo, recebeu 10 votos. Para Sérgio Brito (PSC-BA) e Vilson Covati (PP-RS) não foram registrados votos.