Problema na liderança ameaça projeto da candidatura de Henrique Alves à presidência da Câmara

(*) Marcos Rosetti, da Agência Congresso –

O atual líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), é o candidato natural à presidência da Casa, assim que terminar o mandato de dois anos do presidente Marco Maia (PT). Esse acordo foi firmado por ocasião da eleição de Maia, que contou com apoio maciço do PMDB. Ocorre que Alves tem tropeçado em sua liderança, o que gerou a criação de uma dissidência, de 20 a 25 deputados, dos 80 da legenda.

O PMDB, que é o segundo maior partido, se dividiu na votação para a indicação a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Isso deixou claro que o líder da sigla na Casa perdeu a capacidade de galvanizar a legenda. Na semana anterior, ele também não conseguiu emplacar seu deputado no Ministério do Turismo, tendo que aceitar um nome do Senado. A vaga era do PMDB da Câmara.

Vice-presidente da Câmara dos Deputados, Rose de Freitas (ES) acabou naturalmente sendo ungida líder dos dissidentes, que já costumam se reunir em seu gabinete. Com isso, Henrique Alves não lidera mais toda a bancada, apenas a parte maior. E já tem deputado do PMDB defendendo que a candidata à presidência da Câmara seja Rose de Freitas, e não o nome do acordo firmado ano passado.

A crise de liderança na Câmara começa a preocupar o Palácio do Planalto. O temor é essas crises se avolumarem e ganharem potencial para prejudicar as votações de interesse do governo. Rose também fica fortalecida – pela situação na Câmara – na briga com os dirigentes do PMDB no Espírito Santo. Ela tem se queixado do tratamento recebido pelo partido.