Governo tenta camuflar a própria incompetência com avaliação forçada e irresponsável dos aeroportos

Inventando moda – Ratificando o que o ucho.info publicou anteriormente, o Brasil de uma vez por todas é o paios do jeitinho, status galhofeiro conhecido até mesmo nos mais distantes rincões do planeta. Depois de anunciar obras revolucionárias de reforma e ampliação dos aeroportos brasileiros, operação que tinha como objetivo final atender à demanda por ocasião da Copa do Mundo de 2014, o governo federal decidiu mudar a forma de calcular a capacidade dos aeródromos do País.

Antes disso, o Palácio do Planalto tratou de autorizar obras emergenciais, os famosos “puxadinhos”, que dispensam o processo licitatório e permitem aqueles famosos aditivos contratuais, conhecido pela sangria que promovem no bolso do contribuinte. E o primeiro aeroporto alvo dos puxadinhos foi o de Guarulhos, na Grande São Paulo, o mais movimentado do País.

Depois desse absurdo, o governo da presidente Dilma Rousseff achou por bem aumentar o número de voos no Aeroporto de Congonhas, fincado na Zona Sul da cidade de São Paulo. As autoridades do setor, que desde o acidente com o Airbus da TAM, em julho de 2007, reduziram para 34 os pousos e decolagens por hora, como medida de segurança, agora querem aumentar para 50. A proposta é da Infraero, estatal que administra os aeroportos brasileiros.

Há nesse caso algumas situações a serem consideradas. O aeroporto de Congonhas há muito opera além do limite, o que o transforma, em alguns momentos do dia, em uma espécie de rodoviária com asas, tamanho é o número de usuários que circulam pelo local. O estacionamento de Congonhas está sempre lotado, o que leva muitos passageiros desavisados a perderem seus voos. Fora isso, é preciso investir na formação e qualificação dos controladores de voo, pois o aeroporto de Congonhas está em uma região repleta de prédios. Não custa lembrar que o acidente com o Boeing da Gol, em 2006, se deu por fala no sistema de controle aéreo.

O que o governo federal está procurando é promover uma nova tragédia aérea, pois é sabido que os aeroportos nacionais já ultrapassaram as barreiras do caos. Enfim, como disse certa feita Luiz Inácio da Silva, “nunca antes na história deste país”.