Briga pela prefeitura de São Paulo ressuscita escândalo de cobrança de propina na CPI dos Combustíveis

Velho baú – Se diante dos holofotes a sucessão de Gilberto Kassab, prefeito da cidade de São Paulo, movimenta os partidos a deflagra a temporada de alianças políticas, nos bastidores a situação é bem diferente, para não afirmar que é sórdida o suficiente para servir de enredo para uma produção cinematográfica recorde de bilheteria.

Enquanto alguns tentam emplacar candidatos e sonham em fazer o próximo prefeito, as coxias do poder assistem à ressurreição de um polêmico caso de polícia. Como sempre acontece ao final de CPIs, ocasião em que os acusados saem pela porta da frente às gargalhadas, a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Combustíveis, criada pela Câmara dos Deputados em 2003, não apenas terminou de maneira pífia e costumeira, mas acima de tudo fez a alegria financeira de alguns dos que nela gravitaram.

Certa feita, um conhecido empresário do setor de combustíveis, cuja alcunha afrontava as patentes militares, acertou o pagamento de propina a alguns parlamentares, como forma de ter seu nome retirado do relatório final. Acertado o escambo criminoso, o empresário despachou ao interior paulista dois de seus inúmeros seguranças, que levaram no porta-malas do carro uma valise com US$ 300 mil.

Sem imaginar que o excesso de velocidade em uma rodovia poderia terminar em abordagem policial, os dois seguranças foram parados pela Polícia Rodoviária paulista. Os agentes da lei decidiram revistar o veículo e acabaram encontrando a tal valise. O assunto terminou em uma delegacia do interior de São Paulo, mas foi prontamente abafado, pois o destinatário do dinheiro, cujo nome foi revelado no momento da abordagem, é até hoje um político destacado e influente. Acontece que nos meses que antecedem as eleições o assunto sempre volta à tona.

Em 2004, representantes de alguns partidos políticos tentaram encomendar um dossiê sobre o caso, mas a operação foi mal sucedida. Agora, com as eleições municipais de 2012 aparecendo na mira, o imbróglio já começa a ser resgatado. Pela importância política da cidade de São Paulo, terceiro maior orçamento do País, não causará surpresa se o caso de corrupção volte a ser alvo da cobiça dos adversários.