Operação da PF teve início com atentado a filho de contraventor na Barra da Tijuca, em 2010

(Foto: Severino Silva - Agência O Dia)
Início com atentado – A Operação “Black Ops”, da Polícia Federal, teve como ponto de partida um atentado próximo à Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, que vitimou o filho do bicheiro Rogério Andrade, em abril de 2010. Ao todo, até o final da manhã desta sexta-feira (7), treze pessoas foram presas, sendo dez no Rio de Janeiro e três no Espírito Santo. Também forma presos três policiais militares suspeitos.

De acordo com a PF, os suspeitos poderão responder pelos crimes de contrabando e comércio ilegal de pedras preciosas, crime contra a economia popular, formação de quadrilha, crimes contra ordem tributária, lavagem de capitais, evasão de divisas, e outros delitos, estando sujeitos, de acordo com a participação, a penas de até dez anos de prisão, as quais poderão ser acumuladas ou aumentadas.

Preso nesta sexta-feira, o israelense Yoram El Al, que segundo a PF é terrorista e está dentre os quinze mais procurados pelo FBI, encontrava-se em um apartamento luxuoso. Yoram, que também tinha bastante influência no tráfico de drogas sintéticas da América Latina, é suspeito de ter participado de outros atentados ao longo da guerra dos caça-níqueis.

Dezenas de veículos importados foram apreendidos pelos policiais em três concessionárias na Barra da Tijuca. Alguns clientes que compraram carros nessas revendedoras, inclusive, foram abordados por agentes no início da manhã e tiveram seus veículos apreendidos. Os automóveis usados possuem documentação irregular e eram vendidos como novos. A investigação durou dois anos.

Um policial militar foi preso em Realengo. Já Yoram El Al, apontado como o braço internacional da quadrilha e responsável pela lavagem do dinheiro adquirido com a contravenção, foi preso em um apartamento na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.

A Superintendência da PF estima que cerca de 100 automóveis tenham sido importados, principalmente dos Estados Unidos, por meio do esquema criminoso, mas acredita que o número pode ser maior. Ainda segundo a polícia, a importação dos automóveis era custeada com parte do dinheiro adquirido com a exploração de máquinas caça-níqueis.

Em 2006, o governo brasileiro recebeu dois pedidos de extradição para Yoram, um dos Estados Unidos e outro do Uruguai. De acordo com a Polícia Federal, ele foi investigado devido ao grande número de bens e a falta de conhecimento das atividades desempenhadas por ele no País. Ainda segundo a PF, os carros usados importados para o Brasil vinham da Europa, Ásia e América Latina. O israelense Meier Zloff também foi preso no Rio.

Os membros da máfia israelense integram uma grande organização conhecida como “Abergil Family” (Clã Albergil), que está envolvida em esquemas ilícitos em diversos países, como agiotagem, prostituição, jogo ilegal e tráfico de drogas.

Além das prisões e apreensões, foi realizado bloqueio de bens estimados no valor de R$ 50 milhões. Os policiais estiveram no bairro da Abolição, reduto do contraventor José Caruzzo Scafura, o Piruinha, que seria um dos alvos da ação. Um dos filhos dele também está sendo procurado.

Uma concessionária de revenda de veículos importados localizada na Barra da Tijuca, e que pertence a um dos filhos do bicheiro, também foi alvo dos federais. Vários veículos de luxo foram apreendidos.