Quênia, Tanzânia e Brasil puxam para baixo número de casos de tuberculose no mundo

Risco no combate – O número de pessoas com tuberculose em todo o mundo caiu pela primeira vez, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O Relatório de Controle Global da Tuberculose 2011 aponta que o número de infectados passou de 9 milhões em 2005 para 8,8 milhões no ano passado. Dados globais indicam ainda que a doença matou 1,4 milhão de pessoas em 2010, após atingir o pico de 1,8 milhão de óbitos em 2003.

Grande parte do avanço registrado atualmente, de acordo com a OMS, é resultado da expansão de esforços em países como Quênia e Tanzânia, onde muitos casos da doença estão relacionados a pessoas soropositivas. O Brasil também foi citado no relatório por ter alcançado uma melhora “significante e sustentada” no cenário da tuberculose.

A OMS ressaltou, entretanto, que o progresso alcançado até hoje corre risco em razão do subfinanciamento no setor – sobretudo no combate a um tipo de tuberculose resistente a medicamentos. O problema, segundo o órgão, é que a maioria dos países de baixa renda depende exclusivamente de financiamento externo.

A estimativa é que o financiamento em 2012 totalize US$ 1 bilhão – dos quais US$ 200 milhões seriam para a resposta à forma mais resistente da tuberculose.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, avaliou que a queda no número de doentes e de mortes é motivo de celebração, mas não é motivo para complacência. Ele pediu apoio para o programa Stop TB Partnership, lançado em 2001, com o objetivo de eliminar a doença como um problema de saúde pública em todo o planeta.

A taxa de mortalidade da tuberculose caiu 40% entre 1990 e 2010. A expectativa é que, por meio do programa, todas as regiões do planeta, com exceção da África, alcancem uma redução de 50% até 2015.