Áreas desmatadas na Amazônia estão novamente fora das empresas que dominam o comércio de soja

Compromisso – As 25 empresas comercializadoras de soja, representadas pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e pela Associação Brasileira de Exportadores de Cereais (ANEC), reafirmaram nesta quinta-feira (13), durante evento em Brasília, seu compromisso com a moratória do produto, informou a assessoria do “Greenpeace”. Isso significa que, pelo quinto ano consecutivo, nenhuma dessas empresas – que representam 90% da comercialização de soja no país – poderá comprar o grão de fornecedores na Amazônia que tenham desmatado após julho de 2006.

Enquanto a cerimônia acontecia no Brasil, na Europa a Amazon Alliance – grupo internacional formado por empresas consumidoras de soja brasileira, como McDonald’s, Carrefour e Tesco – divulgava nota reafirmando seu compromisso com o desmatamento zero. No comunicado, as companhias se disseram preocupadas com as alterações propostas no Código Florestal, já que “uma das razões pelas quais a moratória da soja é bem-sucedida reside no fato de que ela é mais ambiciosa que a legalidade – mirando o desmatamento zero”.

O mercado não precisa derrubar mais, e os resultados do setor falam por si. A produção de soja no Brasil só cresceu nos últimos anos, assim como na Amazônia Legal. Na região, a previsão para o período 2009/2010 é de quase 21,8 milhões de toneladas de grão, enquanto a estimativa para o período 2010/2011 é de 23,9 milhões, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em todas as regiões do país a produtividade aumentou.

“A cadeia produtiva da soja está se adaptando a novos requisitos dos mercados internacionais, que estão exigindo cada vez mais produtos certificados. Os resultados são promissores, mas os desafios para se avançar na direção de uma agenda ambiental ainda são muito grandes”, diz a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, também presente na cerimônia.