Mal contado: preço do panetone sobe acima da inflação e turismo de negócios encolhe no Brasil

Fio trocado – Há algo muito estranho nos discursos das autoridades econômicas do governo da presidente Dilma Vana Rousseff. Responsável pela política monetária do País, o Banco Central trabalha com a previsão de inflação na casa de 6,52% para 2011, ligeiramente acima do teto da meta fixada pelo governo.

Diferentemente do anúncio oficial, a realidade do cotidiano mostra que os burocratas da economia nem de longe sabem o que acontece na vida dos cidadãos. Presença quase obrigatória na mesa natalina de nove entre dez brasileiros, o panetone industrializado chegou às prateleiras das lojas e supermercados 12% mais caro. A justificativa dos fabricantes é as matérias-primas, como farinha de trigo, açúcar, cacau, frutas cristalizadas e uvas-passas subiram de preço. Um panetone de 500 gramas, quem em 2010 era vendido por R$ 11,45, agora não sai por menos de R$ 13, o que representa alta de 13,54%.

Se a mesa do Natal já sente o peso da inflação, no contraponto há setores da economia que começam a registrar o desânimo internacional, situação que deve em breve refletir no cotidiano verde-louro. Em conversa com a reportagem do ucho.info, um empresário do setor de turismo corporativo revelou que o setor, depois de flanar nas nuvens, está em notório procedimento de pouso. É fato que o avanço constante da tecnologia e a criação de filiais das empresas em diversas partes do planeta contribuíram para o encolhimento do setor que também é conhecido como turismo de negócios, mas é preciso admitir que o mundo está em ligeira recessão.

Quando uma guloseima natalina tem aumento de preço acima da inflação e um importante setor da economia registra queda nos negócios, é porque a verdade está sendo camuflada quando afirma-se que tudo vai maravilhosamente bem nessa tresloucada Terra de Macunaíma. E a postura oficial não poderia contrariar a história política, pois 2012 é ano de eleições.

O leitor há de perguntar qual é a relação entre o panetone e o turismo de negócios, mas sob um olhar mais amplo é fácil perceber que no Natal muitos chegaram sem apetite por conta da crise, enquanto outros, mais afoitos, terão indigestão por motivos semelhantes. Mesmo assim, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, garante que o Brasil está blindado diante da crise. Enfim…