Presidente já teria conhecimento das denúncias do soldado que seria um novo Durval Barbosa

(Foto: Renato Araújo - ABr)
Coronel fez relatório – Dilma Rousseff (PT) continua em viagem oficial ao continente africano, mas não está alheia à crise no Ministério do Esporte. A presidente mantém-se informada por assessores próximos acerca do noticiário que envolve o ministro Orlando Silva de Jesus Jr.

O monitoramento é meramente formal, pois a presidente da República já teria conhecimento profundo do esquema de corrupção que alimentaria uma operação irregular montada pelo PCdoB. A demissão de Orlando Silva dependeria, portanto, do desdobramento do caso na mídia.

O esquema de desvio de verba pública tem sua ponta desvendada a partir de convênios com a Associação João Dias de Kung Fu e Federação Brasiliense de Kung Fu. Juntas, as entidades receberam R$ 2,7 milhões entre 2005 e 2011. As irregularidades foram conhecidas a partir de uma operação policial chamada “Shaolim”, em referência à luta marcial. Detalhes desta investigação estão em um extenso processo que tramita na 10ª Vara Federal e que envolveria pessoas importantes da República.

Dilma Rousseff teria conhecimento do esquema através de um relatório do soldado da Polícia Militar do Distrito Federal, João Dias Ferreira. O documento, segundo o jornalista Mino Pedrosa, do site “QuidNovi”, foi elaborado pelo coronel PM Buarque, preterido na escolha para a Casa Militar do DF por Agnelo Queiroz. O coronel teria relação profissional estreita com a presidente Dilma.

João Dias Ferreira é uma espécie de Durval Barbosa, que gravou em vídeo a entrega de propina no Distrito Federal e provocou a queda de todo o governo da capital federal. Assim como Durval, o policial João Dias teria gravado todas as transações. Ele confirmou que tem o material filmado na reunião com a oposição, nesta terça-feira (18), na Câmara dos Deputados. João Dias mora em uma confortável casa em Sobradinho, avaliada em pouco mais de R$ 1 milhão, incompatível com os vencimentos de um soldado da PM do DF.

O “QuidNovi” informa que o coronel Buarque passou a vigiar de perto os passos da política no Distrito Federal. A partir de então, o soldado João Dias começou a revelar o funcionamento do Caixa 2 do PCdoB, afirma Pedrosa.

No relatório aparece o nome do chefe de gabinete de Orlando Silva, o baiano Vicente José de Lima Neto; Julio Cesar Soares da Silva, também membro do ME e ex-marido de Ralcelene Santiago (a Lene do PC do B, que trabalhou no Ministério do Esporte e agora lotada no GDF); um motorista do atual ministro e todo o esquema.

A novidade, explica Mino Pedrosa, também levada por João Dias, foi a participação da agência de publicidade Fields Comunicação, de Sidney Campos, dona da conta de publicidade do Ministério do Esporte, que teria feito o repasse de propinas para membros do PCdoB.

“A empresa tem o seu nome no Ministério Público na Caixa de Pandora, o maior escândalo de corrupção política já revelado no país, também batizado de Mensalão do DEM”.