Garotinho tem segurança da Câmara concedida a partir de suposto atentado, ainda não confirmado

Motivos investigados – O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) é acompanhado em Brasília por dois policiais legislativos. Os guarda-costas são um privilégio garantido em Resolução da Mesa Diretora de 2003 e autorizado pelo presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS). O acompanhamento ocorre depois que o ex-governador fluminense sofreu um suposto atentado no dia 4 de junho, em Cabo Frio, na região dos Lagos.

Garotinho não tem recebido ameaças de morte, segundo a assessoria, que disse que o deputado não tem comentado sobre esse assunto no gabinete do Anexo IV. O parlamentar costuma dizer que está sendo ameaçado, mas sem especificar a origem. Em seu blog, Garotinho afirmou que as ameaças “muito provavelmente” surgiram “por gente incomodada com as investigações que venho fazendo na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara”. Mas o parlamentar não esclarece o tipo de investigação.

A segurança está condicionada até a apuração do caso do suposto atentado pela Polícia Federal de Campos. Em junho, um Toyota Corolla ocupado por Garotinho e a sua mulher, Rosinha, que ontem acompanhou o deputado por Brasília, foi atingido por dois tiros. Os dois policiais legislativos acompanham o parlamentar dentro do complexo administrativo da Câmara e fora do prédio do Congresso Nacional em seus compromissos externos.

Em depoimento prestado ao delegado Anderson Lima Costa, Garotinho informou ter ouvido quatro estampidos, antes dos disparos. O ataque teria acontecido na Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), próximo ao distrito de Tamoios. No momento dos disparos, Garotinho estava deitado no banco traseiro com a cabeça próxima à porta do veículo. Os tiros teriam acertado a lataria do carro e não deixaram feridos, segundo informou à época o site “247”.

Na ocasião, Garotinho declarou à imprensa que não descartava qualquer possibilidade. “Não vou fazer comentários hipotéticos. Minha preocupação é que se aconteceu comigo, pode acontecer com outras pessoas”.

A Resolução da Câmara, de 2003, garante em seu artigo 3º que a segurança dos deputados, se estiverem em serviço, poderá ser feita em qualquer localidade do território nacional e no exterior. O mesmo dispositivo foi estendido ao então deputado Luiz Antônio Medeiros (PDT-SP). Durante meses a fio o então parlamentar foi acompanhado por policiais, em decorrência de investigação que culminou com a prisão do contrabandista chinês Law King Chong, que atuava em São Paulo.

A assessoria do deputado Tiririca (PR-SP) tinha solicitado a mesma garantia assim que o humorista assumiu seu mandato, em fevereiro passado. Sob a alegação de assédio, a segurança poderia afastar o público mais afoito dentro da Câmara. Como se sabe, o pedido foi negado.