Delator diz que não tem provas contra o ministro do Esporte e o governador do DF

Suspeitos no círculo – O policial militar João Dias Ferreira admitiu em depoimento à Polícia Federal, em Brasília, que não há provas contra o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., e contra o governador Agnelo Queiroz. Ferreira entregou treze gravações em áudio sobre o suposto esquema de desvio de dinheiro de convênios entre o Ministério do Esporte e Organizações Não Governamentais. Segundo o militar, não há gravações de conversas e nem citações de nomes. No entanto, afirmou que fora cobrado por chefes de gabinetes de duas secretarias do ministério. João afirmou que foi recebido no edifício do Ministério do Esporte e que por isso considera muito difícil que Orlando Silva desconhecesse o teor das negociações.

“Se tá presente o secretário-executivo, tá presente o chefe de gabinete, tá presente as pessoas que mexem com prestação de contas e fiscalização. Eu duvido muito que o ministro não tenha esse conhecimento. Foi algo oficial, as pessoas tem que entender que foi algo oficial, foi dentro do ministério”, argumenta João.

Segundo João, ele fora orientado sobre procedimentos para resolver problemas existentes em suas ONGs. No momento ele está sendo processado judicialmente para devolver cerca de R$ 4 milhões obtidos através do Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte.

O ministro Orlando Silva tem negado a existência de um esquema para arrecadar recursos para o PCdoB. O policial reagiu após ser cobrado a prestar contas do dinheiro tomado ao programa. Na quarta-feira (26), João Dias prestará depoimento na Câmara.

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias, divulgou que o partido quer ouvir na Comissão de Educação Cultura e Esporte o assessor especial Fábio Hansen e o ex-chefe de gabinete da Secretaria Executiva do Ministério do Esporte, Charles Rocha. Foram eles os flagrados em gravação orientando o policial para supostamente encobrir falcatruas. Outro requerimento, este solicitado à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado, tem por objetivo ouvir Michael Alexandre Viera da Silva, que trabalhou como braço direito de João Dias.