No Rio de Janeiro, do irresponsável Sérgio Cabral, idosa morre após peregrinação em hospitais públicos

Fim da picada – Não faz muito tempo, o fanfarrão Sérgio Cabral Filho (PMDB), governador do Rio de Janeiro, tentou fazer o sucessor de José Gomes Temporão no Ministério da Saúde. Para tal, Cabral Filho reuniu-se com a então eleita Dilma Vana Rousseff, na Granja do Torto, para indicar o nome de Sérgio Côrtes, secretário fluminense da Saúde.

Ao deixar o encontro, Sérgio Cabral anunciou como certa a indicação de Côrtes para o Ministério da Saúde, mas Dilma preferiu colocar no cargo o ex-ministro de Relações Institucionais da era Lula e seu colaborador de campanha, o médico petista Alexandre Padilha.

Para provar que a tentativa de Sérgio Cabral Filho de indicar o sucessor de Temporão foi um ato de irresponsabilidade basta analisar com calma a situação da saúde pública no Rio de Janeiro, que ganhou ares de suposta excelência com o lançamento das Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs, que mereceram inclusive elogios de Dilma Rousseff durante a campanha presidencial.

Acontece que a realidade da saúde pública no Rio de Janeiro, a exemplo do que o corre em todo o Brasil, é de caos perene. Na manhã desta segunda-feira (24) morreu, na capital fluminense, uma idosa de 75 anos, cuja família precisou recorrer à Justiça para conseguir um leito hospitalar em Unidade de Terapia Intensiva. Eda Nascimento de Aquino estava internada no Hospital municipal Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul, desde o domingo (23), mas a causa da morte não foi revelada.

No início de outubro, Edna de Aquino começou a sentir fortes dores abdominais e procurou atendimento médico em Mesquita, cidade da Baixada Fluminense, onde residia. No último dia 18, a idosa foi internada na Santa Casa, no centro da cidade do Rio de Janeiro, onde os médicos informaram que era grave o estado de saúde de Edna de Aquino e que ela precisava ser removida para uma unidade que contasse com UTI. Diante do impasse na tentativa de transferência da idosa para outros hospitais da rede pública, os familiares apelaram à Justiça.

“Começamos a peregrinação com ela, até que fomos em UPAs, fomos em hospitais, não tinha vaga”, declarou Aldecir Aquino, filho da mais nova vítima do governo de Sérgio Cabral Filho, que em casos calamitosos é tomado por um coquetel de covardia e silêncio e até agora não se pronunciou sobre o episódio. Como disse certa vez Luiz Inácio da Silva, companheiro de Cabral Filho, “nunca antes na história deste país”.