Piora o estado das rodovias brasileiras, segundo pesquisa da Confederação dos Transportes

Compare os números – A maior parte da malha rodoviária brasileira está em condições ruins, se forem considerados os conceitos de péssimo (8,8%), regular (18,1%) e bom (30,5%). Foi o que constatou uma pesquisa revelada nesta quarta-feira (26) pela Confederação Nacional dos Transportes, que considerou como ótimos apenas 12,6% dos trechos.

A avaliação preliminar tinha sido antecipado pela reportagem do ucho.info no início do mês. No último dia 10, informamos que embora os dados ainda estivessem sendo entabulados, pois muitas equipes de campo ainda não tinham retornado às suas bases, já seria possível perceber que a malha rodoviária nacional não é das melhores.

No relatório da Pesquisa CNT de Rodovias, com a participação do Sest-Senat, apresentado em 2010, 14,7% das rodovias avaliadas foram classificadas como ótimas, 26,5% como boas, 33,4% eram regulares, 17,4% estão ruins e 8%, péssimas. Em 2009, a Pesquisa CNT de Rodovias analisou 89.552 km. O percentual de rodovias ótimas foi de 13,5% e de boas, de 17,5%. As regulares somaram 45%. E os índices de ruins ou péssimas foram de 16,9% e 7,1%, respectivamente.

Como nos anos anteriores, a pesquisa da Confederação Nacional do Transporte aponta que o Sudeste do país é a região que apresenta as melhores condições de rodovias. Do total de 26.778 km avaliados, 24,6% são classificados como em ótimo estado; 30,7% como bom; 28,2%, regular; 13,2%, ruim; e 3,3%, péssimo.

Em seguida aparece a Região Sul, com 19,7% do total de 16.199 km analisados como em ótimo estado; 40,7% em bom estado; 26,3% classificados como regulares; 10,7% como ruins e 2,6% como péssimos.

O Nordeste, por sua vez, com 25.820 km estudados, possui 3,8% das estradas ótimas; 33%, boas; 32,8%, regulares; 17,7%, ruins e 12,7%, péssimas. Dos 14.151 km de rodovias avaliados no Centro-Oeste, 6,4% estão em ótimas condições; 22,7% em bom estado; 35%, regulares; 26,7%, ruins; e 9,1% em péssimo estado.

O Norte, com 9.799 km analisados, conta com apenas 0,8% das estradas avaliadas como ótimas; 12,7% como boas; 31,4% como regulares; 31,8% como ruins e 23,2% como péssimas, explicou a assessoria de imprensa da entidade.

A 15ª Pesquisa CNT de Rodovias mostrou a grande disparidade entre as condições das rodovias sob concessão privada e sob responsabilidade dos governos federal e estadual. “Os dez trechos de rodovias mais bem avaliados estão em São Paulo e são concedidos à iniciativa privada”, disse o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, informa a “Agência Brasil”.

Uma simulação da CNT, abrangendo o transporte de uma commodity brasileira por um trecho de 2.586 km entre Lucas do Rio Verde (MT) e Paranaguá (PR), mostrou que 13% do valor do frete resultaram em prejuízo incorporado ao produto. O custo operacional adicional equivale a 16,7% do valor total de deslocamento.

De acordo com a pesquisa, a soma dos resultados ótimos e bons do estado geral das rodovias sob gestão pública federal e estadual foi de 33,8%, enquanto nas concedidas à iniciativa privada esse percentual ficou em 86,9%.

“Isso mostra que vale mais a pena, para o caminhoneiro, pagar pedágios”, avalia Batista. Dos 92.747 quilômetros (km) analisados, 77.373 são de gestão pública (federal ou estadual) e 15.374 km são de gestão concessionada.