Governo gasta R$ 1,2 bilhão com PAC, mas obras já apresentam problemas no Complexo do Alemão

Água e vazamento – Construtoras responsáveis pela urbanização do PAC de Manguinhos e Complexo do Alemão, que apresenta coleção de problemas estruturais, levaram quase R$ 1,295 bilhão pelas obras. Contudo, o alto investimento não assegurou moradia livre de defeitos aos condôminos dos conjuntos habitacionais inaugurados há menos de dois anos. Atualmente, alguns moradores convivem com vazamentos e rachaduras por toda parte.

Matéria publicada hoje pelo jornal carioca “O Dia” informa que, na quinta-feira (3), técnicos da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) vistoriaram os condomínios Nova Geração e Poesi, no Complexo do Alemão, erguidos pelo consórcio Rio Melhor (Odebrecht, OAS e Delta), e o João Nogueira, em Manguinhos, construído pelo consórcio Manguinhos (Andrade Gutierrez, EIT e Camter Construções). Agentes fotografaram os problemas, mas não deram prazo para os reparos. Limitaram-se a dizer que “voltarão a fazer contato”.

Segundo a repórter Angélica Fernandes, no “Nova Geração” falta água há dois meses. A Cedae esteve lá ontem e não identificou a origem do problema. A empresa crê que vazamento encoberto pode ter deixado as torneiras secas. Mesmo sem saber o motivo da falta d’água, a Cedae garantiu que iria saná-la.

Operadores do Rio Melhor colocaram vigas de sustentação e cola de silicone na escada de concreto do bloco 6, que, segundo os condôminos, balança. A Emop alega que a escada está em boas condições e que a viga foi posta para acalmar moradores. Indignada com vazamento no banheiro, Maria Dionizia, 57, moradora do Poesi, abriu novo ralo para escoar a água empoçada: “Gastei meu dinheiro para consertar o erro deles”.

Em nota, o consórcio de construtoras “Rio Melhor”, que levou R$ 721 milhões pelas obras de dois conjuntos habitacionais no Alemão, além do teleférico e de espaços comunitários, admite a necessidade dos reparos e informa que a estrutura dos prédios não oferece riscos.

Já em Manguinhos, o consórcio de mesmo nome afirma que os engenheiros realizam visitas frequentes ao conjunto, e os reparos para as rachaduras são providenciadas rapidamente. Os dois consórcios, no entanto, nada responderam sobre a razão de tantos problemas em obras inauguradas há menos de 2 anos.

O Ministério das Cidades argumenta que apenas faz o repasse dos recursos e não é responsável pelas obras. A Defensoria Pública do Rio de Janeiro disponibiliza o número 129 para atender moradores que se sintam prejudicados.