Questão de tempo – Confirmando o que noticiou o ucho.info na última semana, Georgios Papandreou (a pronúncia correta é Yórgos) renunciou ao comando do governo da Grécia, resultado da sua tentativa de realizar um plebiscito popular para aprovar, ou não, a ajuda econômica da União Europeia, cujo objetivo é salvar a frágil economia local e evitar a contaminação outras tantas pela região.
Papandreou, 182º primeiro-ministro da Grécia, tomou posse no cargo em 6 de outubro de 2009 e renunciou para facilitar a formação de um governo de coalizão, como forma de evitar a interrupção das votações no Congresso helênico. Eleições foram marcadas para 19 de fevereiro de 2012 e até lá o novo governo decidirá o futuro da economia grega.
A mudança política na Grécia não significa que o país conseguirá sair da crise, mesmo que a União Europeia libere o restante da ajuda econômica prevista anteriormente. Se isso acontecer, o objetivo maior será evitar a contaminação de outras economias, uma vez que países como Portugal, Itália e Espanha já sofrem com a crise que chacoalha o Velho Mundo.
Ao final da cúpula do G20, que se reuniu na última semana em Cannes, o grupo não anunciou uma saída para a crise. Esperava-se que a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, surgisse em cena com um pedido de ajuda financeira aos participantes do grupo fora do bloco europeu, mas isso não aconteceu de forma clara e pontual.
Politicamente, a crise grega afetou sobremaneira o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anfitrião do encontro, que contava com um resultado menos complexo para turbinar seu projeto de permanecer mais uma temporada no Palácio do Eliseu.
Com esse cenário, a economia mundial deverá sentir os reflexos da desaceleração do consumo por parte dos europeus, situação que provavelmente terá reflexos no Brasil. A presidente Dilma Rousseff, que participou do encontro no sul da França, espera combater as consequências da crise internacional com a geração de empregos. Isso só será viável com o aquecimento do consumo interno, o que pode alimentar o mais temido fantasma da economia, a inflação.