Ameaça de greve pode levar Conselho da UnB a reduzir jornada de trabalho dos servidores

Abrandando a jornada – Uma reunião do Conselho de Administração da Universidade de Brasília (UnB) decidirá se será adotada a redução de 40 para 30 horas para os servidores da UnB poderá mudar a carga tributária de todas as universidades do Brasil. A reunião se realizará na quinta-feira (10), no terceiro andar do prédio da reitoria, às 14h30. Enquanto todos os trabalhadores do Brasil continuam a luta pela redução da carga de trabalho, na UnB há privilegiados servidores que já gozam dessa prerrogativa. A redução de carga de trabalho, de há muito, é uma das principais bandeiras das centrais sindicais. Vale salientar que o salário poderá continuar ser o mesmo, apesar da diferença de 10 horas. E que os servidores deixaram de trabalhar dez meses devido às greves no ano passado.

Os servidores prometem uma manifestação marcada para esta quinta-feira (10) para pressionar os conselheiros e ameaçam fazer greve caso não seja aprovada a redução da jornada de trabalho. Em um típico clima de chantagem.

Para os servidores com a redução há benefícios para a saúde, elevação da produtividade e proporciona um período inclusive para a frequência em cursos de capacitação. Além disso, para a universidade serve como uma ferramenta para conter a evasão de técnicos em níveis elevados nas federais, por conta dos baixos salários.

A proposta da jornada de 30 horas foi apresentada pela Reitoria e defendida pelo reitor José Geraldo de Sousa Junior na última reunião da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), quando reitores desaconselharam a medida.

A estratégia da reitoria é aprovar no Conselho de Administração uma jornada de dois turnos para mais tarde reduzir a hora trabalhada de 40 para 30 horas. Os privilegiados servidores da Faculdade de Educação já usufruem de uma jornada de 30 horas desde 1997. A medida foi autorizada pelo então reitor João Cláudio Todorov. Graças a um decreto de 2003, assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim, foi concedido não só, mas também, aos reitores das universidades federais o poder de reduzir a jornada de trabalho nos campi. A possibilidade se estende às fundações públicas federais. Clique aqui para acessar o decreto.