Ainda perdido como oposição, o PSDB continua agindo como catapulta de ministros suspeitos

Mudança já – Tropeçando em suas incursões desde que Fernando Henrique Cardoso deixou o poder central, o PSDB, que lidera a oposição ao governo do PT, vem buscando nesses quase dez anos uma forma de retornar ao Palácio do Planalto.

Sem um discurso capaz de comover a opinião pública e neutralizar o efeito paralisante das esmolas sociais criadas por Lula e Dilma, o PSDB tem adotado a tese da renovação como forma de ressuscitar parte do eleitorado brasileiro.

Há dias, o ex-senador Tasso Jereissati, do PSDB cearense, organizou no Rio de Janeiro, emoldurado pelo Instituto Teotônio Vilela, um encontro de tucanos de fina plumagem para discutir os rumos do partido com vistas à eleição presidencial de 2014. Como sempre quando a cúpula do tucanato se reúne, o encontro serviu apenas para reforçar a soberba de alguns dirigentes da legenda, sem que nada tenha sido definido.

O PSDB, assim como os outros partidos que contrapõem ao Palácio do Planalto, esquece que o País precisa de oposição republicana, com propostas concretas de mudanças. De nada adianta transformar o Congresso Nacional em uma inoperante delegacia de polícia, pois o fisiologismo que marca o parlamento verde-louro impede que prospere qualquer investigação sobre corrupção.

A continuar assim, atuando como franca atiradora, a oposição fará o enorme favor aos atuais donos do poder, que já se articulam para evitar a chegada do caminho de mudança em 2014. O Brasil, como qualquer democracia responsável, precisa, sim, de políticos que façam o contraponto ao status quo, mas não se pode admitir que um partido com a história do PSDB se transforme em uma catapulta de ministros enrolados.