Fim do silêncio – Entre os tantos sinônimos para a palavra “política”, oportunismo é o que mais destaque merece. Contundo, essa relação gramatical se agiganta quando entra em cena o governador do Rio de Janeiro, o falastrão Sérgio Cabral Filho, do PMDB.
Na manhã desta quinta-feira (10), Cabral Filho, durante entrevista, disse que pedirá ao Ministério da Justiça a imediata transferência de Antônio Bonfim Lopes, o “Nem”, chefe do tráfico na Favela da Rocinha, na Zona Sul da capital fluminense. “O ‘Nem’ é um marginal que era líder da criminalidade da região da Rocinha. Vamos mandar para fora do Rio. Já estamos preparando a papelada”, declarou o governador.
Messiânico quando algo positivo acontece em sua seara, Cabral Filho não economizou palavras para enaltecer a operação que culminou com a prisão do traficante. “Sem dúvida, mais um dia de conquista do nosso Rio de Janeiro, fruto da parceria da União, das Forças Armadas, do trabalho de policiais militares e civis e do secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame. O Rio busca a retomada de seus territórios que foram abandonados ao longo dos tempos e que foram tomados pelo poder paralelo”, disse o peemedebista.
Por certo Sérgio Cabral frequentará a mídia nos próximos dias, até porque uma chance como essa é rara de acontecer. E o fará como se fosse o mais competente administrador público do planeta.
Acontece que Sérgio Cabral adota um silêncio obsequioso, mesclado com covardia atroz, quando tragédias acontecem em seus domínios. Por ocasião da tragédia em Angra dos Reis, o governador do Rio de Janeiro demorou alguns dias para se pronunciar. O mesmo aconteceu com a tragédia que se abateu na serra fluminense. Situação idêntica acontece quando contribuintes morrem nos hospitais públicos do Rio de Janeiro.
Que a população do Rio não se deixe levar pela fala mansa e visguenta de Sérgio Cabral, pois essa peçonha discursiva ele tomou emprestado de Luiz Inácio da Silva, o profético Lula.