Resgatado pela prisão de traficante, o fanfarrão Cabral Filho comanda passeata pelos royalties do pré-sal

Conversa mole – Como nove entre dez políticos, Sérgio Cabral Filho, o peemedebista abusado que governa o Rio de Janeiro, abusa do oportunismo quando os fatos o favorecem. Sempre quieto e covarde quando tragédias acontecem em um dos mais importantes estados brasileiros, Cabral Filho retornou à cena política no vácuo da prisão Antônio Bonfim Lopes, o “Nem”, chefe do tráfico de drogas na Favela da Rocinha, na Zona Sul da capital fluminense.

Com faturamento anual estimado em R$ 100 milhões, “Nem”, ao ser preso por policiais, permitiu a Sérgio Cabral Filho a retomada do microfone do populismo. O inquilino do Palácio Guanabara posou diante de câmeras e microfones como se fosse ele o dono do feito. O simples fato de parte do dinheiro arrecadado pelo traficante ser direcionada a policiais era suficiente para o governador se recolher e calar, como sempre faz.

Diferentemente disso, Sérgio Cabral Filho aproveitou o embalo da prisão de “Nem” e na noite de quinta-feira (10) participou, ao lado do prefeito Eduardo Paes (Rio) e do governador capixaba Renato Casagrande, de manifestação popular contra as novas regras de distribuição dos royalties do petróleo, que comprometerá os cofres estaduais.

Como se fosse pouco ter se “vendido” ao Brasil e ao mundo como a cabeça pensante da operação que terminou com a prisão do traficante Antônio Bonfim Lopes, o governador disse, durante a passeata, que o modelo de distribuição dos royalties do pré-sal atualmente em discussão tirará do Rio de Janeiro dinheiro destinado aos setores da educação, segurança e saúde.

O retrospecto da administração de Sérgio Cabral Filho, com direito a tragédias, insegurança pública e caos na rede oficial de saúde, coloca por terra seu discurso profético, pois é sabido que o Rio está entregue aos cuidados do Cristo Redentor.