Receita macabra – Quando, no final de 2008, a crise internacional dava sinais de que aportaria no Brasil, o então presidente Luiz Inácio da Silva invadiu os meios de ocupação para pedir aos cidadãos que passassem a consumir mais como forma de evitar consequências desastrosas. Lula, que classificou a crise como uma reles “marolinha”, disse que o País estava blindado contra qualquer movimento perigoso da economia internacional.
Sabidamente aquela fala histriônica de Lula era mais uma de suas conhecidas mentiras, pois elevar o consumo repentinamente traria reticências nada fáceis, como de fato trouxe. A concessão de crédito foi afrouxada, os impostos sobre determinados produtos foram reduzidos, o consumismo disparou, o grau de endividamento atingiu níveis recordes e o índice de inadimplência tornou-se preocupante. Com isso, a inflação, banida da vida dos brasileiros às custas de muito esforço, voltou a dar o ar da graça. E aí está resistente e forte, bem diferente do que anunciam os burocratas da economia.
Não faz muito tempo, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, repetiu o companheiro Lula e disse que o Brasil estava protegido contra as mazelas decorrentes da crise que afeta a União Europeia. Como entre o discurso e a realidade há uma enorme distância, a saída para combater a crise foi a mesma adotada pelo ex-metalúrgico. Flexibilização das regras para a concessão e crédito e aposta na elevação do consumo interno.
Com o crescimento da economia nacional em fase de desaceleração – a previsão é que o PIB alcance a marca de 3,12%, contra os 3,16% anunciados anteriormente – conforme apontou o Boletim Focus divulgados nesta segunda-feira (14), armadilhas para atrair o consumidor surgirão em todas as esquinas. Porém, o que deveria acontecer de fato, mas permaneceu apenas e tão somente no discurso, é a redução dos gastos do governo federal, que por conta dos interesses político-eleitorais de seus comandantes sobem cada vez mais.
Em relação à inflação, os palacianos não mais se recordam que o centro da meta foi fixado em 4,5% ao ano. Agora, esses senhores trabalham focados no teto da meta (6,5%), como se esse cenário fosse favorável ao País. De acordo com o boletim do Banco Central, a previsão de inflação para 2011 caiu de 6,5% para 6,48%. Acontece que ao se deparar com a carestia do cotidiano o consumidor enfrenta uma realidade bem distinta. Até porque, esses números oficiais não conseguem traduzir a realidade dos fatos.