CNJ tem o dever de evitar indicação de apaniguado de Sarney para o Tribunal Eleitoral do Maranhão

Negócio estranho – No momento em que o CNJ vive sob a polêmica que emana dos processos administrativos contra pouco mais de 700 magistrados em todo o Brasil, um assunto passa ao largo da atenção dos integrantes do Conselho.

Caudilho conhecido e sucessor de Vitorino Freire na ditadura que há décadas impera no Maranhão, o mais miserável dos estados brasileiros, o senador José Sarney (PMDB-AP) continua firme em sua empreitada para, dando de ombros para a moralidade, reconduzir ao Tribunal Regional Eleitoral do estado um de seus genuflexos pupilos, o advogado José Carlos Souza e Silva.

Investigado por suspeita de corrupção e desvio de dinheiro da Fundação José Sarney, da qual foi presidente, José Carlos Souza e Silva é relator, no Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, de processo contra a governadora Roseana Sarney, que pelos caminhos da lógica pode terminar em cassação do diploma de posse por causa de abuso do poder econômico. Coincidência ou não, “abuso de poder econômico” foi a desculpa utilizada pelo clã Sarney para apear do cargo o governador Jackson Lago (PDT), já falecido.

Ademais, foi sob a batuta de Souza e Silva que a contabilidade da Fundação Sarney ganhou contornos fantasmagóricos e inexplicáveis, situação que obrigou (sic) o Palácio dos Leões a estatizar a instituição, como forma de evitar mais um escândalo na órbita da família dos déspotas maranhenses.

O ucho.info defende com tenacidade o preceito constitucional da presunção da inocência, o que nos impede de condenar por antecipação o advogado José Carlos Souza e Silva, mas é sabido que inexistem inocentes na seara de José Sarney e seus familiares. Até porque, a história não mente e muito menos distorce fatos.

Sendo assim, o CNJ, por meio de sua tenaz corregedora, ministra Eliana Calmon (STJ), precisa despertar para a realidade e jogar areia em mais uma negociata do presidente do Senado Federal, pois a indicação de Souza e Silva depende do referendo da presidente Dilma Vana Rousseff.