Eis a questão – Campineiro de nascimento e radicado no Rio de Janeiro, o ainda ministro do Trabalho, Carlos Roberto Lupi, faz de tudo para permanecer no cargo, mas sua situação se agravou de maneira considerável a partir da divulgação das fotos sobre o uso de avião locado por uma ONG. Enquanto Lupi decidi se arruma ou não as gavetas, o PDT, partido do qual é presidente licenciado, começa a discutir sobre o nome do substituto, desejo já manifestado por assessores palacianos.
Um dos nomes incensados pelo PDT é o do ex-senador Osmar Dias, que atualmente ocupa uma diretoria do Banco do Brasil, mimo que recebeu como compensação do apoio que deu a Dilma Rousseff, no Paraná, durante a corrida presidencial de 2010.
Se por um lado Osmar Dias começa a esfregar as mãos, por outro perde o sono com a possibilidade de não chegar à Esplanada dos Ministérios. Quando disputou o governo do Paraná, Osmar teve como fiel protetor o advogado João Alberto Graça, que também desempenhou o papel de caixa de campanha.
Indicado por Carlos Lupi, a pedido de Osmar Dias, para assumir A Superintendência do Ministério do Trabalho no Paraná, em outubro de 2007, João Graça deixou o cargo quase dois anos mais tarde, em julho de 2009, quando passou a ser cobiçado pelos sindicatos.
Muito atuante nos bastidores, mas avesso a aparições em público, João Graça defendeu os interesses do Sindicato dos Trabalhadores em Cooperativas Médicas do Paraná. O presidente do sindicato, Rogério Kormann, confirmou que contratou o advogado. “O dr. João Graça nos auxilia nos processos. Ele nos ajuda desde 2009”, afirmou Kormann. Graça também teria atuado como representante da Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop), cujo registro foi assinado pelo ministro Carlos Lupi em 16 de novembro de 2010.
Como a história se repete, muitas vezes em tempo recorde, a participação do advogado no cenário que pode derrubar Lupi e barrar Dias também passa pelos ares. João Graça é proprietário de um avião, que tem entre seus habituais passageiros o futuro ex-ministro Carlos Lupi e o quase ex-futuro ministro Osmar Dias.
