Pau mandado – Com um discurso articulado para ser escandalosamente evasivo, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que há anos integra a banda genuflexa de parlamentares que rezam pela cartilha do Palácio do Planalto, disse, durante o depoimento do ministro Carlos Lupi na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, que as acusações contra o titular da pasta do Trabalho têm o objetivo de atingir o governo da presidente Dilma Rousseff.
Destacando o ingresso de 39 milhões de brasileiros na classe média como um dos grandes feitos do governo do ex-metalúrgico Lula, o comunista Inácio Arruda não se dá ao trabalho de mencionar o crescimento da inadimplência no País, resultado decorrente do consumismo a que foram submetidos os brasileiros nos últimos anos.
Inácio Arruda, para o desespero daqueles que diuturnamente acompanham a política nacional, disse que ele e o PCdoB apoiam incondicionalmente o ministro do Trabalho. Por mais que pareça absurdo, o discurso de Inácio Arruda é no mínimo coerente, pois foi a pedido do então presidente Luiz Inácio da Silva que o senador cearense, como relator da CPI das ONGs, impediu que as investigações avançassem. À época, a CPI das ONGs, proposta pelo então senador Heráclito Fortes, do Democratas do Piauí, levou meses para ser instalada.
Coincidência ou não, os escândalos que flanam na órbita do presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, tratam de relações nada ortodoxas do titular do Trabalho com algumas malfadadas organizações não governamentais, que durante a era Lula nadaram em mares de dinheiro imundo.