Instituto criado por Ronaldinho Gaúcho pode acabar no banco de uma CPI em Porto Alegre

Marca do pênalti – Diziam os mais antigos que política e futebol jamais deveriam ser discutidos, muito menos misturados e confundidos. Como se não bastasse a péssima fase que enfrenta no Clube de Regatas Flamengo, o que tem deixado a presidente do clube carioca irritada, o jogador Ronaldinho Gaúcho pode acabar vendo seu nome como alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

A Câmara Municipal de Porto Alegre (RS) está investigando alguns convênios firmados entre a prefeitura da capital gaúcha e o Instituto Ronaldinho Gaúcho, fundado pelo atual camisa 10 do Flamengo. Os contratos, de acordo com o vereador Mauro Pinheiro (PT), somaram R$ 5,7 milhões entre os anos de 2007 e 2010. O objetivo do convênio era ministrar cursos profissionalizantes e realizar atividades esportivas com crianças carentes de Porto Alegre. A prefeitura admite problemas nos convênios e afirma que pedirá a devolução de parte dos valores aos cofres públicos.

Mauro Pinheiro, que baseia seu requerimento de CPI em notas fiscais que apontam gastos “muito suspeitos” da ONG de Ronaldinho Gaúcho. Segundo o vereador, o Instituto gastou R$ 300 mil com serviços de assessoria de imprensa. “Ora, a função da ONG é promover a inclusão social de crianças carentes. Eu quero saber por que foi necessário gastar tanto dinheiro com assessoria de imprensa”, alega o vereador petista, que já conseguiu doze assinaturas no pedido de criação de CPI.

Na terça-feira (22), a secretária de Educação de Porto Alegre, Cleci Jurach, foi à Câmara Municipal de Porto Alegre para tentar justificar os gastos do convênio. Cleci reconheceu que os convênios de fato apresentaram problemas, mas que a prefeitura analisa uma maneira de solicitar a devolução de valores aos cofres municipais. Além disso, a secretária afirma que a pasta disponibilizará aos vereadores a documentação que comprovar a transparência dos contratos.