Quem vê acredita – Quem na quarta-feira acompanhou a audiência pública na Câmara dos Deputados em que o representante da norte-americana Chevron, responsável pelo vazamento de óleo na Bacia de Campos (RJ), ficou surpreso com a atuação do deputado federal Sarney Filho, do Partido Verde. Cria mais nova do clã político que há cinco décadas governa com totalitarismo e desmando o mais miserável dos estados brasileiros, o filho do presidente do Senado Federal aproveitou as câmeras e holofotes para, dedo em riste, desafiar o executivo da petroleira.
Repetindo o que sempre destacamos neste site, cobrar coerência no universo político é a mais inglória das tarefas que um homem de bem pode receber. Sem dúvida alguma o vazamento de óleo no litoral do Rio de Janeiro é um acidente ecológico inaceitável, mas Sarney Filho deveria questionar, com a mesma contundência, sua irmã, a governadora Roseana Sarney, que nada faz para impedir a contaminação do solo e do lençol freático da capital maranhense, São Luís, pela Alumar (Consórcio de Alumínio do Maranhão). Considerando seus gastos médios mensais de R$ 6 mil com telefone, Sarney Filho poderia ao menos passar uma carraspana telefônica na irmã.
De igual modo, Sarney Filho, popularmente conhecido como Zequinha, nada faz contra os desmandos que brotam no Palácio dos Leões, sede do Executivo do Maranhão, pois é um dos integrantes e herdeiros do grupo político que sucedeu no estado nordestino o tirano Vitorino Freire. Também vale salientar que Zequinha se apequenou diante da decisão da governadora de estatizar a Fundação Sarney, entidade cujo objetivo é eternizar a memória do caudilho-mor do clã, que em Brasília continua mergulhado em chantagens políticas e negociatas diversas.