Ficou calado – Quando um curioso qualquer procura nos dicionários da língua portuguesa, do mais informal ao mais castiço, o significado da palavra “corregedor”, o que se encontra é que se trata daquele que tem a função de fiscalizar. Na Câmara dos Deputados, o segundo vice-presidente acumula essa função como prerrogativa do cargo. E fiscalizar é o que em tese faz o deputado Eduardo da Fonte, do PP de Pernambuco.
Aninhado no grupo que recentemente patrocinou uma intifada no PP que culminou com a saída do deputado federal Nelson Meurer (PR) da liderança do partido, Eduardo da Fonte rezou pela cartilha dos senadores Ciro Nogueira (PI) e Benedito de Lira (AL) para colocar na vaga o deputado Aguinaldo Ribeiro, da Paraíba.
Deixando de lado sua genuflexão nada desinteressada, o deputado-corregedor caminha na contramão da lógica ao fingir que o deputado Pedro Novais (PMDB-MA) nada cometeu de ilegal em sua passagem pelo Ministério do Turismo, do qual foi ejetado à sombra de denúncias de corrupção.
Agora, com o escândalo que pode tirar o Ministério do Trabalho das mãos do pedetista Carlos Lupi, o pernambucano Eduardo da Fonte, o Dudu (assim é conhecido o parlamentar nas rodas da política), comete um desserviço à nação ao ignorar as estripulias cometidas pelo deputado federal Weverton Rocha, do PDT maranhense.
No caso que ameaça cada vez mais a permanência de Lupi na Esplanada dos Ministérios, Weverton Rocha fez afirmações que foram negadas pelo empresário Adair Meira, dirigente das ONGs Fundação Pró-Cerrado, Renaspi e Cepros, todas conveniadas com o Ministério do Trabalho. O fato de ter a própria fala contestada já merecia a abertura de um processo investigativo por parte da corregedoria da Câmara, pois ao tomar posse qualquer parlamentar promete dizer a verdade e honrar a Constituição.
Para piorar ainda mais a situação, Weverton Costa também recebeu diárias pagas com dinheiro público. Entre 10 e 14 de novembro de 2009, o parlamentar maranhense embolsou R$ 1.151 para se ausentar da Câmara, Sua assessoria informou que o deputado do PDT cumpriu agenda partidária em alguns dos oito municípios visitados durante a viagem do ministro Carlos Lupi.
Mesmo diante de mais um escárnio da política nacional, Eduardo da Fonte insiste no seu costumeiro e obsequioso silêncio. Vale lembrar que Dudu da Fonte é integrante do grupo que trabalha nos bastidores para apear Mário Negromonte do Ministério das Cidades. A presidente Dilma Rousseff que tome os devidos cuidados, pois está em marcha um operação que pode chacoalhar ainda mais o seu governo.