Estagnação da economia brasileira no 3º trimestre anula o messianismo que reina no Palácio do Planalto

Dança do siri – Diferentemente do que afirmam as autoridades econômicas do governo da presidente Dilma Rousseff, o Brasil não está totalmente blindado contra a crise que tem a Europa como nascedouro. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia nacional andou de lado no terceiro trimestre do ano, em comparação com os três meses anteriores. Em valores correntes, o Produto Interno Bruto atingiu a marca de R$ 1,05 trilhão no período. Em comparação com o primeiro trimestre de 2011, o segundo registrou alta de 0,7%.

Em comparação com o segundo trimestre do ano, o terceiro apresentou números ruins para alguns segmentos da economia. A indústria, por exemplo, registrou queda de atividade de 0,9%, enquanto o recuo do setor de serviços foi de 0,3%. Número positivo registrou a agropecuária, com crescimento de 3,2%. Mesmo com números desanimadores, o terceiro trimestre deste ano apresentou crescimento de 2,1%, se comparado com o mesmo período de 2010.

A pasmaceira que tomou conta da economia brasileira não é novidade para os que acompanham as notícias do setor. Em 22 de novembro passado, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, alertou para a possibilidade de o crescimento da economia no período ser zero. “Devemos ter uma desaceleração do crescimento no terceiro trimestre, que pode ser zero”, declarou Barbosa durante a apresentação do balanço da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

O quadro atual torna-se ainda mais preocupante porque a inflação continua resistindo aos antídotos utilizados pelo governo federal. A redução do IPI que incide sobre determinados produtos, adotada para enfrentar os efeitos da crise, pode não surtir efeito, por conta do alto índice de endividamento das famílias e o crescimento da inadimplência, binômio assustador decorrente dos irresponsáveis pedidos de Luiz Inácio da Silva, em dezembro de 2008, quando a crise financeira originada pela bola do “subprime” norte-americano foi classificada como “marolinha”.