Cameron, que foi duramente criticado pela oposição britânica por conta do veto, compareceu ao Parlamento para revelar os detalhes de sua decisão. Os liberais-democratas não esconderam a decepção com o resultado da cúpula, uma vez que consideram que a decisão de Cameron significará o isolamento do Reino Unido do bloco. Os conservadores britânicos estão em polvorosa, pois Cameron ressuscitou o comportamento “buldogue”, referência ao cachorro de estimação do então primeiro-ministro Winston Churchill.
Líder do Partido Trabalhista e um dos principais opositores do governo britânico, Ed Miliband classificou a posição de Cameron como “muito ruim” e pediu explicações ao primeiro-ministro. “Cameron fez isto porque a ala euro-cética do Partido Conservador tomou o controle (da legenda) e isso não é bom para o interesse nacional”, afirmou Miliband.
Na Câmara dos Comuns, Cameron foi claro e incisivo. “Fui a Bruxelas com um objectivo: proteger os interesses britânicos e foi isso que fiz”, disse o primeiro-ministro, para quem a proposta franco-alemã não servia aos interesses do Reino Unido.
No entanto,de acordo com pesquisa publicada pelo jornal “The Times” nesta segunda-feira (12), 57% dos entrevistados consideraram correta a decisão de Cameron de vetar as propostas. Outros 14% mostraram-se contrários à posição britânica. Acontece que por maior que seja o apoio popular à decisão de David Cameron, a Grã-Bretanha continuará dependo da União Europeia para sobreviver.