Oposição britânica pressiona e David Cameron foi obrigado a explicar veto ao Acordo de Bruxelas

(Foto: The Guardian)
Mínimos detalhes – Primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron teve de explicar os motivos que o levaram a vetar a participação britânica no acordo de reforço ao euro, discutido por chefes de Estado e de governo, na última sexta-feira (9), durante encontro do Conselho da União Europeia, que aconteceu na capital belga, Bruxelas.

Cameron, que foi duramente criticado pela oposição britânica por conta do veto, compareceu ao Parlamento para revelar os detalhes de sua decisão. Os liberais-democratas não esconderam a decepção com o resultado da cúpula, uma vez que consideram que a decisão de Cameron significará o isolamento do Reino Unido do bloco. Os conservadores britânicos estão em polvorosa, pois Cameron ressuscitou o comportamento “buldogue”, referência ao cachorro de estimação do então primeiro-ministro Winston Churchill.

Líder do Partido Trabalhista e um dos principais opositores do governo britânico, Ed Miliband classificou a posição de Cameron como “muito ruim” e pediu explicações ao primeiro-ministro. “Cameron fez isto porque a ala euro-cética do Partido Conservador tomou o controle (da legenda) e isso não é bom para o interesse nacional”, afirmou Miliband.

Na Câmara dos Comuns, Cameron foi claro e incisivo. “Fui a Bruxelas com um objectivo: proteger os interesses britânicos e foi isso que fiz”, disse o primeiro-ministro, para quem a proposta franco-alemã não servia aos interesses do Reino Unido.

No entanto,de acordo com pesquisa publicada pelo jornal “The Times” nesta segunda-feira (12), 57% dos entrevistados consideraram correta a decisão de Cameron de vetar as propostas. Outros 14% mostraram-se contrários à posição britânica. Acontece que por maior que seja o apoio popular à decisão de David Cameron, a Grã-Bretanha continuará dependo da União Europeia para sobreviver.