(*) Marli Gonçalves –
Sabe como é? Depois de tanto tempo escrevendo a gente vai pegando umas manhas de como atrair leitores. Uma das formas é botar sexo no título. Viu só? Você já deve estar aqui comigo, só pela proposta que faço de cara, para a gente fazer junto, mesmo que de forma figurada. Outra, falar mal de alguém que, se for famoso, então…Como quero você aqui até o fim, prometo falar de todas. Ou quase todas.
No nosso meio, de jornalistas, é batata. Você pode se matar no meio de uma guerra, com correspondências diretas da linha de front, pingando sangue. Pode passar dois anos enterrado em uma pesquisa sobre os efeitos das margaridas do campo. Mas nada, nada mesmo, terá tanta leitura quanto uma boa fofoca; se tiver sexo no meio (ops!) estoura. Remédios milagrosos e novas doenças também rendem capas que se esgotam, para desespero dos médicos em geral, principalmente na segunda-feira posterior, quando todos querem tomar aquilo, ou até já apresentam os sintomas descritos. É mais delicado se for falar de política, porque sempre divide opiniões, e você pode até acabar perdendo amigos, ou fazendo inimigos que nem sabe, porque mexe com paixão. Igual futebol. É dura essa vida de dar pitacos nas coisas.
Fez três anos agora que escrevo, religiosamente – não sei bem definir se é artigo, crônica, desabafo, ou manifesto – todas as semanas, com leitores em todo o país, além de muitos desgarradinhos pelo mundo. Chamo a todos de meus leitores queridos que, como ondas, dependendo do assunto, se comunicam diretamente comigo, quando recebem por e-mail. Se falo de política, uma turma; se comento comportamento, surgem outros. Não conheço pessoalmente a maioria, mas de alguns sei mais do que certamente alguns de seus mais próximos, estabelecendo com eles um elo de confiança notável. Agradeço imensamente todos os dias. Publicada em jornais, sites e etceteras de todo o país, de Norte a Sul, há um outro detalhe: perdi o controle de quem me conhece, me lê, me repassa. Quem espia no Facebook e Twitter.Ou mesmo quem é que aproveita e me visita no meu blog que comecei sem expectativas há pouco mais de um ano e que já atingiu mais de um Maracanã em dia de final. Lá, me divirto, comentando o dia-a-dia, inventando, pescando e caçando nesse mundo no qual ando mergulhada 24/24 horas, sem esquema de plantão, sem folga. Porque a cabeça é a antena que capta e vai junto do corpinho para onde ele vai.
Disse tudo isso porque quero mesmo é rodear este ano que vem, 2012, e que chega pronto a ser um pouco mais do mesmo e também a nos surpreender, pelo bem e pelo mal. Mais uma vez, não precisa ser vidente, o governo fará bobagens que cairemos de pau em cima (ops!), a oposição fará bobagens maiores ainda, o que nos deixará de saco cheio (ops!); escândalos, crimes escabrosos, catástrofes naturais ou vindas de burradas humanas nos mostrarão quão escroques podem ser os homens. Daqui, semana a semana, em meio a dificuldades, vou escrever sobre o que toca, aborrece, acontece, comigo e com você. Representar e apresentar muito do que você queria dizer. Mais do que queria dizer.
Todo ano tenho um mote a seguir, coisa que aprendi com um grande e bem sucedido empresário com quem trabalhei, que mantinha sempre um pé no mundo invisível. O mote que usarei desta vez veio de uma amiga muito querida, que você até conhece e gosta, mas não direi quem é porque não “carece”. O que ela me disse será a nossa mágica, a do balacobaco, de um ano par, de transformações e resistências.
Prepare-se. Mais uma vez teremos de nos reinventar diária e continuamente para criar, viver, sobreviver e suportar, no nosso mundo e fortaleza particular, irradiando para os círculos externos que chegam até ao assombroso Universo, que por sua vez já anda desdobrado, com seus planetas e sóis. Ao infinito.
Nessa passagem encontramos a crise mundial. Ou a terrível ameaça maia da qual ouviremos falar – pode es-cre-ver – todo santo dia, e que diz que o mundo vai acabar ou no dia 21, ou no dia 23 de dezembro. Ou nunca. O que só saberemos depois de instalar os enfeites de novo nas árvores de Natal. Vai ser um porre da porra(ops!).
Touradas serão proibidas na Espanha, o verão de Londres será finalmente mais quente com os Jogos de Verão (lá), e nossos soldados devem sair do Haiti que não é aqui. Todas as atividades que o menino Neymar fizer serão notícia no ano de centenário do Santos Futebol Clube.
Queremos saber se eles, o povo de lá, verão a primavera árabe finalmente, enquanto o inverno cala uma Europa dividida, uma América desengonçada, e uma Ásia tomando xarope de crescimento. Os presupuestos latinoamericanos continuarão comme ça: presupuestos. Dois passos para a frente, um para trás, milongueiros, tangueiros, sambados. Batidos e mexidos, 007!
Ih, cheguei até aqui sem fofocar e falar mal de ninguém. Fico devendo.No momento ando mais é querendo saber qual será a moda do próximo verão que nem isso tem tido graça depois do verão da lata, do apito. Quero saber como vão fazer para as mosquitas Aedes pararem de trepar tanto, ter tantos filhos ( e nem ganham bolsa-família). Quero cortar o barato da barata, e agora descobriram lá na África uma barata safa que pula 48 vezes o tamanho de seu corpo. Não quero sonhar com ela, nem com o comentário de meu irmão quando contei sobre a talzinha, qe ele me disse que ela logo poderia chegar aqui de navio. Se tem até carrapato de sofá se mudando para o Brasil, embarcado em cruzeiros… É, é real.
Vou dizer que quero mais é que, se o mundo for acabar mesmo, que acabe em melado. Ou em chantilly, que é muito mais sexy.
São Paulo, na portinha de 2012, ano bissexto, portanto pode agendar coisas para 29 de fevereiro.
(*) Marli Gonçalves é jornalista. Ainda escreverá um livro com sexo no título, e quem sabe até, talvez, nos capítulos. Mas só depois de publicar esses nossos picadinhos semanais. E se você aceitar minha proposta inicial.
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