Festas de final de ano e racha no Judiciário ajudam Dilma a enterrar escândalo de Fernando Pimentel

Como planejado – Diferentemente do que ocorreu com ministros acusados de corrupção, tráfico de influência e outras irregularidades, que acabaram deixando o cargo após um período de desgaste, o petista Fernando Pimentel, titular do Desenvolvimento, continua com lugar garantido na Esplanada dos Ministérios. Pimentel é amigo de longa data de Dilma Rousseff, desde os tempos de combate à ditadura, e é o primeiro da cota da presidente que tem o nome envolvido em escândalo.

Dilma alega que Fernando Pimentel não tem obrigação de dar explicações sobre sua vida privada, mas o que está sendo deixado para trás é a ética quando o assunto é assumir um cargo público. O caso de Pimentel nos remete ao velho e secular ditado que diz que à mulher de César não basta ser honesta, mas é preciso parecer como tal.

A alegação de Dilma Rousseff de que a vida privada do seu colaborador não deve ser discutida e julgada na esfera oficial não convence, pois o também petista Antonio Palocci Filho, que comandava a Casa Civil até meses atrás, caiu pelo mesmo motivo que açoita Fernando Pimentel. Consultorias milionárias que permitiram evolução patrimonial meteórica e surpreendente dos acusados.

A diferença entre Palocci e Pimentel é que o primeiro não teve a seu favor as festas de final de ano e o racha do Judiciário, que servirão como anestésico da consciência popular. Enquanto os brasileiros abrem os presentes de Natal e escolhem a roupa para receber o novo ano, Dilma Rousseff participa do funeral do mais novo escândalo do seu governo. Como disse certa feita o boquirroto Luiz Inácio da Silva, “nunca antes na história deste país”.