Governo comemora o sexto lugar conquistado pela economia, mas contrapartida ainda é pífia

Cautela é bom – Como era de se esperar, autoridades do governo federal repercutiram o fato de o Brasil ter ultrapassado o Reino Unido e ter se tornado a sexta maior economia do mundo, mas o fizeram com a devida cautela, pois a realidade verde-loura é bem diferente. Se por enquanto o País ainda não sofre tão intensamente as consequências da crise que abala a Europa, o quadro deve mudar dentro de alguns meses com o espalhamento com os problemas do Velho Mundo.

Ministro da Fazenda, Guido Mantega disse que o brasileiro precisará de pelo menos vinte anos para atingir o mesmo patamar de qualidade de vida dos europeus. Pois bem, o que está em discussão não é a qualidade de vida de brasileiros e europeus, mas o ranking das economias. No Brasil, como se sabe, o Produto Interno Bruto tem em sua composição 34% de impostos. No Reino Unido os números não ficam longe. A grande questão é que a contrapartida dada aos britânicos é infinitamente maior e melhor do que a concedida aos brasileiros. Quem bem conhece os domínios da rainha Elizabeth sabe que as diferenças são brutais.

Mantega disse também, na segunda-feira (26), que o Brasil manterá essa sexta posição no ranking das maiores economias, mas é bom lembrar que isso só ocorrerá através do crescimento do consumo interno, que já está em níveis elevados e preocupantes, em especial porque o País voltou a conviver com a famigerada inflação, legado do messiânico Luiz Inácio da Silva. Fora isso, o Palácio do Planalto continua acanhado diante dos investimentos em infraestrutura, ao mesmo tempo em que reforça sua disposição para gastar ainda mais com a máquina pública. Em outras palavras, o fato de a economia brasileira ter ultrapassado a britânica é pirotecnia de ocasião.