Faroeste tupiniquim – Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB) é um fanfarrão conhecido. Atuando como a grande maioria dos políticos, Cabral Filho só aparece em cena quando a situação lhe favorece. Diante de crises e catástrofes, o governador fluminense simplesmente desaparece, até porque explicar o inexplicável é tarefa para competentes e persuasivos.
Depois da tomada do complexo de favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral fez questão de ocupar o noticiário, como se tivesse encontrado a solução para o fim do banditismo que toma conta de uma das mais importantes cidades brasileiras.
Na noite de segunda-feira (26), um jovem de quinze anos morreu baleado na favela Vila Cruzeiro, na Zona Norte da capital fluminense. O jovem foi vítima de uma troca de tiros entre traficantes e soldados da Força de Pacificação que patrulhavam a comunidade.
De acordo com o coronel Malbatan Leal, chefe de comunicação da Força de Pacificação, “o comandante da patrulha realizou dois tiros de advertência para cima. Houve, inclusive, a realização de um tiro de borracha e, aí, em função dos tiros que a patrulha estava sofrendo, foram realizados tiros de autoproteção”.
É importante ressaltar que entre força de pacificação e pelotão de confronto há uma enorme diferença. Promover uma troca de tiros em uma comunidade que está sendo pacificada é no mínimo um ato de irresponsabilidade. Pacificar uma comunidade que durante décadas esteve sob o domínio do tráfico de drogas só é possível com o uso dos serviços de inteligências. Não sendo assim, qualquer ação é uma homenagem à burrice.
Em meados de 2007, semanas antes da abertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, o então presidente Luiz Inácio da Silva disse que, encerrado o evento esportivo, a cidade teria o melhor e mais eficiente sistema de segurança do País. Como bem disse certa vez o próprio Lula, “nunca antes na história deste país”.