Dieese sugere mínimo de R$ 2,3 mil e aponta alta da cesta básica, mas PT ignora a maldição de Lula

Tiro no pé – Quando assumiu o poder central em 2003, Luiz Inácio da Silva logo embarcou no discurso da herança maldita, pois era preciso transferir ao antecessor, Fernando Henrique Cardoso, os erros do governo petista. Após oito anos de inverdades e excesso de pirotecnia, Lula deixou à sua sucessora, a companheira Dilma Rousseff, um espólio com maldições, sendo que a pior delas é a resistente inflação.

Para camuflar os próprios tropeços, Lula adotou o bordão “nunca antes na história deste país”, algo criado para estocar seus oposicionistas. Nesta quinta-feira (5), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou os resultados de pesquisa que aponta a alta de preço da cesta básica em dezesseis das dezessete capitais pesquisadas. De acordo com o Dieese, a cesta básica, que reúne os itens essenciais à mesa dos brasileiros, foi reajustada acima de 10% ao longo do ano passado.

A maior alta ocorreu em Vitória (13,8%) com o valor de R$ 275,39, em dezembro de 2011. A segunda maior elevação foi constatada em Belo Horizonte (11,75%) onde a cesta básica custava R$ 264,01, seguido por Florianópolis com alta de 10,2% e valor de R$ 262,44 no último mês de dezembro.

O Dieese também divulgou o valor ideal do salário mínimo para que o trabalhador consiga suprir as necessidades básicas da família: R$ 2.329,35, valor 4,27 vezes o mínimo em vigor, que é de R$ 545. Em dezembro de 2010, o mínimo ideal estimado pelo órgão era de R$ 2.227,53 – o que à época representava 4,37 vezes o piso salarial.

Nos anos em que engrossou as fileiras da oposição, o Partido dos Trabalhadores exigia dos governantes de outrora a elevação do salário mínimo para o patamar indicado pelo Dieese. Agora no poder, o PT não apenas desistiu de tal cobrança, como não fala em herança maldita. Até porque, se assim o fizesse estaria matando o principal cabo eleitoral da legenda, que continua navegando nas ondas da mitomania e do populismo barato.