Inflação para as famílias de baixa renda chega a incríveis 6% ao ano e derruba tese do “país de todos”

Ataque voraz – O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que mede a inflação para as famílias com rendimentos mensais até 2,5 salários mínimos, ficou em 1% em dezembro e fechou o ano de 2011 com alta acumulada de 5,98%.

O resultado do mês de dezembro supera a taxa do Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que mede a inflação para o conjunto de famílias com rendimentos até 40 salários mínimos e registrou alta de 0,79% no mesmo período. No acumulado do ano, no entanto, o IPC-C1 ficou abaixo do IPC-BR (6,36%). Os dados foram divulgados nesta terça-feira (10) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Quatro das sete classes de despesas componentes do índice registraram crescimento. Pesaram mais no bolso do consumidor os gastos com alimentação (de 0,63% para 1,74%), com destaque para arroz e feijão (-1% para 3,59%); vestuário (de 1,27% para 1,51%), principalmente roupas (1,34% para 1,53%); saúde e cuidados pessoais (de 0,49% para 0,79%), especialmente artigos de higiene e cuidado pessoal (0,76% para 1,29%); e educação, leitura e recreação (de 0,28% para 0,77%), com a influência de material escolar e livros em geral (-0,15% para 0,58%).

Entretanto, houve diminuição em habitação (de 0,43% para 0,42%) e despesas diversas (de 0,37% para 0,21%). A taxa do grupo transportes permaneceu sem variação. Para calcular o IPC-C1, a FGV coleta preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos por famílias com renda mensal até 2,5 salários mínimos nas seguintes capitais: Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Recife e Belo Horizonte.

Os números divulgados pela Fundação Getúlio Vargas mostram que o governo federal errou enormemente ao estabelecer em 6,08% o reajuste das aposentadorias e benefícios acima de um salário mínimo. Como noticiou o ucho.info na edição de segunda-feira (9), a inflação não consegue identificar quem recebe um salário mínimo ou mais. Na verdade, o mais temido fantasma da economia sempre ataca de forma covarde e impune, algo que ganhou força depois das sandices do messiânico Luiz Inácio da Silva, que durante oito anos governo o Brasil ancorado na fanfarrice política e na pirotecnia oficial.