Falta de mão de obra qualificada em vários setores obriga o Brasil a abrir as portas aos estrangeiros

Gringos na área – Há alguns anos o ucho.info alertou para o perigo que representava a falta de investimentos do governo na qualificação profissional. À época destacamos que o setor de engenharia importava profissionais para suprir a falta de especialistas brasileiros.

Com a crise que surgiu em 2008 a partir do “subprime” norte-americano e a da Europa, que atualmente tem chacoalhado diversas economias do Velho Mundo, o Brasil passou à condição de destino preferido de profissionais qualificados de diversos países. Em qualquer nação responsável o ingresso de mão de obra estrangeira é controlado com o devido e necessário rigor, mas no Brasil a situação é diferente, pois o anunciado desenvolvimento do país carece de profissionais capacitados.

O Ministério do Trabalho registrou, de janeiro a setembro de 2001, crescimento de 34% nos pedidos de autorização de trabalho por estrangeiros, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Enquanto esses dados acendem a luz vermelha no universo laboral, outro dado causa preocupação em relação ao futuro. De acordo com o IBGE, o consumidor brasileiro reduziu seus gastos com educação e leitura na última década. No contraponto, o brasileiro tem destinado maior parcela do orçamento familiar em entretenimento, detectou o IBGE em sua Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009.

Para o economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas, “com o aumento de renda do trabalhador, na última década, o consumidor mais pobre desloca seus gastos para outros tipos de consumo”. Outro segmento da economia que tem absorvido boa parte da renda do brasileiro é o de automóveis. “Agora, com o novo peso de veículos no cálculo da inflação do varejo, para cada 1% de aumento em veículos no varejo isso vai impactar positivamente em 0,06 ponto”, completou o economista da FGV.

É sabido que desde 1500 o Brasil é um país de curto prazo em termos de planejamento, uma vez que as ações oficiais têm prazo de validade curto, pois atendem aos interesses de grupos políticos e se esvaem na troca dos operadores do poder.