Efeito Lula: caos nos aeroportos continua e fila para decolagem em Cumbica chegou a três horas

Confusão esperada – Depois de a FIFA anunciar, em outubro de 2007, que o Brasil sediaria a Copa do Mundo, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, que nos últimos dias fez um giro pelo País inspecionando as obras de alguns estádios, externou sua preocupação com a situação dos aeroportos brasileiros, sempre à beira do caos.

À época, o então presidente Luiz Inácio da Silva, histriônico como sempre, chamou Valcke, de forma transversa e inominada, de “idiota”. Na sequência, o próprio Lula anunciou investimentos de R$ 5 bilhões na reforma e ampliação dos aeroportos das principais cidades brasileiras, mas nada adiantou.

Com a decisão do governo federal de combater a crise de 2008 com a concessão de crédito fácil, as empresas aéreas passaram a focar os novos integrantes da classe média, que trocaram as viagens de ônibus pelas de avião. Essa mudança repentina fez com que o anunciado investimento nos aeroportos fosse inócuo.

Faltando apenas dois anos e meio para a Copa do Mundo de 2014, os aeroportos brasileiros continuam a reboque do caos. Na terça-feira, entre 12h50 e 16h, o Aeroporto Governador André Franco Montoro (Cumbica), em Guarulhos, 26 voos programados sofreram atrasos em cascata, formando o que provocou uma enorme fila para decolagem e obrigou os passageiros a aguardarem até três horas dentro das aeronaves. Para complicar ainda mais a situação, o Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul da capital paulista, permaneceu fechado durante o período em que uma forte chuva castigou a maior cidade brasileira.

Quando, por ocasião do anúncio da FIFA, o ucho.info defendeu a tese de que o Brasil não tinha, como ainda não tem, condições para sediar eventos de grande magnitude, como a Copa do Mundo, o então presidente Lula disse que torcíamos contra o País. Não se trata de torcer contra o Brasil, mas de tentar fazer com que as autoridades adotem um planejamento de longo prazo e desvinculado de qualquer interesse político ou partidário. Se nada mudar, o Brasil continuará sendo o país do puxadinho.