Agora vai – Antes das reuniões setoriais com ministros, que começaram nesta quinta-feira (19), a presidente Dilma Vana Rousseff comunicou aos seus assessores que não quer ouvir o que foi realizado até agora em cada pasta, mas, sim, o que poderá ser feito daqui para frente. A imposição presidencial tem lógica política, pois Dilma sabe que a aprovação de seu governo ‘so está nas alturas porque as chamadas esmolas sociais continuam dando resultado.
O primeiro passo da reforma ministerial, anunciada em 2011 para o mês de janeiro deste ano, aconteceu com a confirmação da saída do petista Fernando Haddad do Ministério da Educação, pasta que será comandada por Aloizio Mercadante, que até então respondia pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, que terá como ministro marco Anônio Raupp, presidente da Agência Espacial Brasileira.
A escolha de Raupp para a pasta de Ciência e Tecnologia foi bancada pelo próprio Mercadante e pela presidente Dilma Rousseff. Em outro ponto da disputa surgiu o nome do deputado federal Newton Lima (PT-SP), que tinha o apoio de parte da bancada petista. Lima, argumentavam os companheiros de legenda, sempre se dedicou à ciência e foi reitor da Universidade federal de São Carlos, no interior paulista.
Além do currículo, havia em favor de Newton Lima um movimento partidário em defesa do mensaleiro José Genoíno. Com a eventual ida de Lima para a Esplanada dos Ministérios, Genoíno, primeiro na lista de suplentes, assumiria como deputado federal. Acontece que a presidente Dilma Rousseff, cujo governo até então foi marcado por escândalos, preferiu não ter o ônus de facilitar a vida do companheiro José Genoíno no ano em que o Supremo Tribunal Federal julgará o caso que ficou nacionalmente conhecido como “Mensalão do PT”.
Por outro lado, na dança de cadeiras que será promovida em breve pelo Palácio do Planalto, devem deixar a Esplanada dos Ministérios Mario Negromonte (Cidades), Iriny Lopes (Políticas para as Mulheres) e Paulo Roberto Pinto (Trabalho).
No caso do Ministério das Cidades, pasta que por conta de acordo político cabe ao Partido Progressista, o baiano Maria Negromonte será substituído por algum nome da legenda. Ex-ministro das Cidades, Márcio Fortes teve o nome cogitado para assumir a pasta. Ex-secretário-executivo do Ministério da Agricultura durante a gestão de Pratini de Morais, na era FHC, Fortes foi indicado pela presidente Dilma Rousseff para presidir a Autoridade Pública Olímpica, órgão criado para tratar dos assuntos ligados aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Perguntado sobre um possível retorno ao Ministério das Cidades, Márcio Fortes disse que está à disposição da presidente Dilma.