Leite derramado – No último dia de sua viagem ao Brasil para inspecionar as obras dos estádios que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014, o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, disse com todas as letras que em todas as partidas as arenas terão comércio de bebidas alcoólicas, inicialmente cerveja. A insistência de Valcke é facilmente explicada pelo fato de a cervejaria norte-americana Budweiser ser patrocinadora da Copa.
O polêmico tema, que ultraja o Estatuto do Torcedor, faz parte da Lei Geral da Copa, que tramita no Congresso Nacional e deve ser votada até março, segundo garantiu o ministro do Esporte, o deputado federal licenciado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). “A bebida alcoólica é parte da Copa do Mundo da Fifa, então vai ter. Me desculpe, eu posso parecer um pouco arrogante, mas isso é algo que a gente não negocia. Tem que ser parte da lei o fato de que nós temos o direito de vender cerveja”, disse o incisivo Jérôme Valcke.
O governo federal ainda não decidiu sobre a questão da venda de bebidas alcoólicas nos estádios, pois alguns palacianos entendem que se trata de ingerência da FIFA em assuntos internos do Brasil. Vender bebidas alcoólicas é um colossal absurdo, pois está provado que o produto está diretamente relacionado à violência que toma conta das cidades após as partidas, mas não há como discordar da entidade máxima do futebol.
Quando o Brasil se candidatou para sediar a Copa de 2014, enviando a Zurique um pirotécnico projeto de candidatura, aceitou de chofre todas as imposições da FIFA, entre elas a venda de bebidas nos estádios. Por outro lado é importante destacar que a Copa é um evento da FIFA, não do governo brasileiro. Não se trata de adular os soberbos dirigentes da FIFA, mas de cobrar do governo brasileiro o cumprimento daquilo que foi combinado
Sendo assim, o melhor a se fazer é colocar a viola no saco e deixar a vida seguir em frente, pois a polêmica dos bebericos nos estádios da Copa é página virada.
