Rastilho de pólvora – Não é de hoje que o PSB vive um racha interno quase sem solução, algo que os tucanos negam diante das câmeras e dos microfones, mas a cizânia pode ter aumentado por causa de uma declaração de Fernando Henrique Cardoso à revista “The Economist”. À revista, FHC disse ser o senador Aécio Neves (MG) o candidato natural do partido à Presidência em 2014.
O ex-presidente da República previu uma “luta interna muito forte” entre Aécio e o ex-governador de São Paulo, José Serra, pela indicação à corrida presidencial. As palavras de FHC vão além dos planos partidários em relação a 2014, pois como o próprio entrevistado disse, a situação estará mais próxima da definição após as eleições municipais de outubro próximo, Contudo, é preciso lembrar que o PSDB vive uma intensa queda de braços nos bastidores por causa da sucessão do prefeito Gilberto Kassab.
Ligado ao ex-governador José Serra, o prefeito paulistano tentou atirar o PSD no colo de Lula, operação que com boa dose de certeza teve o aval de Serra. Candidato derrotado à Presidência em duas ocasiões (2002 e 2010), José Serra desistiu de disputar a prefeitura de São Paulo para manter intacto o seu projeto de disputar o Palácio do Planalto dentro de pouco mais de dois anos. Ao justificar sua decisão de não disputar as eleições municipais deste ano. Serra disse que seu interesse no momento são os problemas nacionais. Fora das disputas de 2012 e 2014, Serra ficará sem palanque para manter sua visibilidade política além das fronteiras do partido.
Em São Paulo o PSDB está dividido entre o grupo do governador Geraldo Alckmin e o de José Serra. Fora da disputa pelo trono paulistano, Serra tem apoiado a candidatura de Andrea Matarazzo, secretário estadual da Cultura. No contraponto está Geraldo Alckmin, que busca o apoio de outras legendas para não cair na armadilha montada por Serra e Kassab. Outros três tucanos de fina plumagem também disputam o direito de concorrer à prefeitura da maior cidade brasileira: Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo Trípoli.