Famoso pela sisudez das finanças, o rico São Paulo FC apela à popular “vaquinha” para ter Nilmar

Só com dinheiro – Ao longo dos últimos anos o São Paulo Futebol Clube, um dos mais bem organizados clubes brasileiros, se desacostumou em investir na contratação de jogadores, até porque as equipes de base revelaram talentos que, por força do dinheiro, acabaram no exterior.

Há três anos sem conquistar um título, o SPFC agora se vê obrigado a recorrer ao mercado para reforçar a equipe para temporada 2012. Uma dos objetivos do Tricolor do Morumbi é tirar o jogador Nilmar do espanhol Villareal. Como tudo nas cercanias do Morumbi tem um viés blasé, a diretoria do clube deve apelar para o “crowdfunding”, que no Brasil é conhecido pelo nome popular de “vaquinha”.

Isso mesmo, o São Paulo decidiu apelar aos torcedores do clube para ter Nilmar no elenco. No caso de a compra se concretizar, no futuro, em caso de lucro, quem investiu na contratação do atleta terá o respectivo retorno.

Copiada às pressas pelo SPFC, a prática não é novidade nas paragens brasileiras. Semanas atrás, a diretoria do campeão brasileiro de 2011, Corinthians, tentou operação semelhante para contratar Cristian. Como a tentativa fracassou, o volante continuará vestindo a camisa do Fenerbahce, da Turquia. Há alguns anos, a Federação Paulista de Futebol fez operação quase idêntica ao trazer de volta ao Brasil o atacante Marcelinho Carioca. Como a Fiel Torcida telefonou mais vezes para um número disponibilizado pela FPF, o atacante acabou no Parque São Jorge.

Por certo muitos não se recordam, mas o próprio Corinthians fez o mesmo em tempos mais longínquos. O alvinegro paulistano apelou para a torcida para ver o ponta-direita Paulo Borges, à época no Bangu, vestindo a camisa do Timão.

Essa moda de passar o chapéu é antiga em muitos segmentos e deve pegar por aqui. Porém, o torcedor mais entusiasmado deve estar atento com a malandragem que vez por outro sobrevoa o mundo dos cartolas. Até porque, assim como na política, no futebol não existe inocente.