Deputado do PP tropeça na Lei Seca, em Brasília, e sociedade aguarda reação do corregedor da Câmara

Fora da lei – A sensação de impunidade exibida por nove entre dez frequentadores do poder é um atentado contra a cidadania e principalmente contra os brasileiros que ainda acreditam que os chamados representantes do povo podem promover mudanças.

Na madrugada desta terça-feira (31), o deputado federal Gladson de Lima Cameli foi parado em uma blitz, em Brasília. Após o teste do bafômetro, os policiais constataram que o parlamentar do PP do Acre consumira bebida alcoólica em quantidade superior ao limite previsto na chamada Lei Seca.

Levado a uma delegacia da capital dos brasileiros, Cameli deixou o local no banco de trás de um automóvel da marca Mercedes-Benz, na tentativa de se esconder dos jornalistas e cinegrafistas.

Considerada gravíssima, a infração prevê multa de R$ 1 mil e perda de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação. Casos como o protagonizado por Gladson Cameli sobram em todo o País, resultado do péssimo exemplo dado por políticos e autoridades, que via de regra transgridem e desrespeitam a lei no vácuo da tese ignara do “você sabe com que está falando?”.

Fosse o Brasil um país minimamente sério, acostumado à implacável aplicação das leis, o deputado do Partido Progressista seria alvo de processo de perda de mandato, pois trata-se de quebra do decoro de quem, por dever de ofício, tem a obrigação de ser referência ao restante da nação.

Resta saber o que fará o corregedor da Câmara dos Deputados, o pernambucano Eduardo da Fonte, parceiro de legenda do parlamentar cachaceiro e que nos últimos meses se notabilizou por fechar os olhos para os escândalos patrocinados por alguns dos seus pares de parlamento. Para quem não se recorda, Eduardo da Fonte, o Dudu, como é conhecido o parlamentar em Pernambuco, é ferrenho defensor de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e fiel cumpridor das ordens dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Benedito de Lira (PP-AL), que comandam a intifada que culminará com a queda do ministro Mario Negromonte, das Cidades.