Deputado da oposição afirma que Brasil pode instigar debate sobre liberdades individuais em Cuba

Ouvidos moucos – Vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), lamenta que o governo brasileiro tenha retirado da pauta de discussão da viagem oficial que a presidente Dilma Rousseff faz a Cuba o tema: garantia dos direitos individuais, principalmente a liberdade de expressão.

Jordy considera que, pela influência que exerce no continente, o Brasil pode instigar o debate sobre uma questão que é grave na ilha sob comando de Raúl Castro.

“É um tema incômodo ao governo cubano porque há claras e graves violações dos direitos humanos. Mas, pela liderança que o Brasil tem hoje, pode-se avançar num discurso público sobre esta questão. Tem que fazer isso com muito cuidado, porque também não pode interferir na soberania de alguns países por conta da autodeterminação dos povos”, analisou.

O parlamentar considera ainda insuficientes medidas tomadas pelo presidente cubano Raúl Castro no sentido de restabelecer direitos fundamentais do ser humano.

Recentemente, o Brasil concedeu visto para a blogueira Yoani Sánchez, que faz oposição ao regime ditatorial em Cuba, mas permanece a dúvida sobre se o governo cubano autorizará a saída da jornalista para visitar o nosso país.

“Estas restrições precisam ser superadas. O Brasil é um bom exemplo e que deve instigar para que Cuba possa continuar avançando nestas sinalizações que ainda são tímidas para garantir as liberdades individuais”, acrescentou.