Na fila da demissão por causa de irregularidades, ministro das Cidades falta a reunião no Planalto

Fugindo da raia – Ainda ministro das Cidades, o baiano Mario Negromonte deve deixar a Esplanada dos Ministérios até a próxima sexta-feira (3). Deputado federal licenciado, Negromonte, que aguarda o retorno da presidente Dilma Rousseff, entregará seu pedido demissão da pasta que até a Copa do Mundo de 2014 será uma das jóias da coroa.

Alvo de denúncias de irregularidades e sem respaldo para continuar no cargo, Mario Negromonte deixou de participar de uma reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, agendada para o começo da noite de terça-feira (31). Para substituí-lo no encontro palaciano, o ministro escalou alguns representantes, decisão que contou com a concordância da ministra Gleisi.

Durante visita oficial a Cuba, a presidente Dilma Rousseff disse aos jornalistas que somente no Brasil trataria de assuntos da política interna, entre eles o futuro de Negromonte. Engana-se, porém, quem pensa que Dilma está promovendo uma profunda assepsia nas estruturas do governo. Na verdade, o que a presidente tem feito desde que chegou ao cargo é forçar a demissão à mesma legenda comprova que a chamada base de apoio funciona como lupanar de quinta. Em outras palavras, é recebendo antes que se dá depois.

Outro detalhe que ratifica a disposição do Palácio do Planalto de usar a máquina federal como moeda de troca está nos chamados cargos de confiança, que sob a chancela do PT já alcançam a incrível marca de 22 mil.

Como informou o ucho.info na edição de terça-feira, nada mudará no Ministério das Cidades com a quase consumada saída de Mario Negromonte, a não ser a chegada de um novo ministro, que por acordo será do Partido Progressista, legenda que há meses vive uma rebelião interna.