Para o presidente do PPS, ministro da Fazenda prevaricou no escândalo da Casa da Moeda

(Foto: Renato Araújo - ABr)
Barril de pólvora – A situação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, complica-se a cada dia em função do escândalo da Casa da Moeda. O então presidente do órgão, Luiz Felipe Denucci, demitido há dias, é acusado de cobrar o equivalente a US$ 25 milhões em propina dos fornecedores e transferir o dinheiros para contas bancárias no exterior em nome de duas empresas “off shore”.

Avisada com antecedência pelo próprio PTB, partido ao qual Denucci é filiado, sobre os desvios na Casa da Moeda, a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) comunicou imediatamente o fato a Mantega, que não tomou providências para interromper a ilícita cornucópia. À época, a chefe da Casa Civil recebeu como resposta a informação de que a substituição de Luiz Felipe Denucci estava sendo providenciada, o que ocorreu com atraso de cinco meses.

Na quinta-feira (2), diante da profusão do escândalo, a assessoria de Guido Mantega distribuiu à imprensa um curto comunicado informando que “o Ministério da Fazenda decidiu instaurar comissão de sindicância investigativa para apurar as informações mencionadas”.

Para dificultar ainda mais a situação do ministro, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, declarou que Denucci foi escolhido pelo próprio Mantega, que pediu ao partido apoio político para garantir a indicação do petebista.

Por mais ousado que seja um agente público, não há quem cobre US$ 25 milhões em propina sem, ao menos, ter o consentimento de um superior hierárquico. É com base nessa tese que o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) afirma que Mantega prevaricou no caso. “Se recebeu informações da prática dos ilícitos e nada fez para apurar o caso, afastar o envolvido, Mantega prevaricou. Essa condescendência é gravíssima”, declarou o presidente do PPS.

Como noticiou o ucho.info, o PPS aguarda a instalação das comissões permanentes da Câmara dos Deputados, o que deve acontecer na próxima semana, para protocolar um pedido de convocação do ministro Guido Mantega, que tem evitado falar sobre o imbróglio.

Em um país minimamente sério, o que não é o caso do Brasil, o ministro da Fazenda já estaria demitido e o então presidente da Casa da Moeda preso. Para evitar que a crise que paira sobre o governo federal se alastre, principalmente no momento em que crescem as incertezas econômicas que pairam sobre o mundo, a presidente Dilma Rousseff por certo protegerá Mantega. Até porque, demitir mais um ministro por causa de irregularidades seria decretar o fim de um governo que ainda não começou.