Rastilho de pólvora – A greve dos policiais militares na Bahia pode ser a ponta de um pavio sem fim, uma vez que corporações de outros estados estão prontas para cruzar os braços. É o caso da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que sinalizou com a possibilidade de iniciar greve na próxima sexta-feira (10),uma semana antes do Carnaval, período em que a capital fluminense recebe enxurradas de turistas de todas as partes do planeta.
Por conta da ameaça, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro deve colocar em votação nos próximos dias a proposta de reajuste salarial aos integrantes da PM. De acordo com nota enviada pelo governo do Rio de Janeiro, o salário base proposto no projeto de lei será de R$ 1.669, que somado às gratificações pode chegar a de R$ 2.019.
O efeito cascata que pode ser deflagrado a qualquer momento e que tira o sono de muitos governadores é resultado da forma como o Palácio do Planalto vem adiando a votação da PEC 300 no Congresso Nacional. Proposta ainda na era Lula, a PEC 300 serviu para turbinar a candidatura de alguns parlamentares que encamparam o discurso em prol da criação de um piso nacional para policiais e bombeiros de todo o País.
Na ocasião, a proposta transferia ao governo federal a obrigação de ajudar os estados, durante quatro anos, a pagar a diferença entre os salários vigentes e os propostos no projeto, uma vez que os governantes enfrentam a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal. Luiz Inácio da Silva deixou a presidência no final de 2010 e incluiu esse impasse na herança maldita que entregou à sua sucessora, a petista Dilma Vana Rousseff. Resta saber quem será o corajoso a retomar o assunto no Congresso.