Sem explicação – Imagine, caro leitor, o prefeito da sexta maior cidade do planeta tentando justificar o injustificável. Pois bem, é assim que Gilberto Kassab, que em 2011 se dedicou quase que exclusivamente à criação do PSD e agora está às voltas com as eleições municipais, tem feito.
Na segunda-feira (6), a rede municipal de ensino retomou as aulas, mas os alunos que foram às escolas não receberam o material escolar e o uniforme, uma obrigação legal da prefeitura. Procurado pelos jornalistas, Kassab abusou do “non sense” e, além de minimizar o ocorrido, disse que entregar o kit escolar no início das aulas “não é correto”.
““Nunca é nos primeiros dias, porque as crianças ainda estão se ambientando, conhecendo seu professor, a própria escola se organiza”, disse o alcaide paulistano. “Portanto, jamais será nos primeiros dias. Não é correto nem do ponto de vista organizacional. Mas o nosso esforço é que seja o mais rápido possível”, emendou.
Para derrubar a tese do “esforço” anunciado por Gilberto Kassab, o secretário de Educação da cidade de São Paulo, Alexandre Schneider, disse que o atraso na entrega do material escolar se deve a questionamentos do Tribunal de Contas do Município e entraves judiciais provocados por contestação de um participante da licitação estimada em R$ 130 milhões. Ora, se já sabido que o Tribunal de Contas pode fazer questionamentos sobre o modelo da licitação, a prefeitura deveria pelo menos reunir-se com os técnicos do órgão para evitar atrasos como o que agora prejudica os alunos da rede pública.
Mesmo diante de mais um imbróglio na área do ensino público, Kassab ainda sonha com a possibilidade de indicar o candidato a vice na chapa do petista Fernando Haddad, ex-ministro da Educação que por imposição de Lula disputará o trono paulistano pelo PT. O que não significa que Haddad tenha sido um bom ministro da Educação, pelo contrário. Sendo assim, não é difícil imaginar o que uma das maiores cidades do mundo poderá enfrentar na área da Educação se Fernando Haddad vencer a eleição de outubro próximo com o apoio de Gilberto Kassab.