Greve na Bahia: Freire aponta irresponsabilidade de Dilma e cobra promessa de votação da PEC 300

Marcação cerrada – O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), classificou, nesta terça-feira (8), como preocupante a continuidade da greve no estado da Bahia. Ele alertou para o risco de a paralisação se espalhar Brasil afora. “Isso é péssimo para a democracia. Uma ameaça à estabilidade do país. O que está em jogo é a segurança da sociedade”, afirmou.

Para Roberto Freire, o governo federal deve chamar para si alerta para a questão e não deixar o problema nas mãos dos estados, “até porque grande parte dessa responsabilidade é da própria presidente da República”.

Ele lembrou que Dilma Rousseff, durante a campanha eleitoral, comprometeu-se com a PEC 300, que fixa um piso salarial nacional para PMs e bombeiros. “A presidente tem o dever de cuidar pessoalmente dessa questão. A ampliação dessa greve não atende a nenhum dos interesses nacionais”.

De acordo com Freire, a situação se agravou com a declaração hoje do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), indicando que a Casa não tem prazo para votar o segundo turno da proposta. Ele disse que a criação do piso salarial iria impactar as contas dos estados e do país. Como a competência é dos entes federativos – argumentou ele -, o debate não pode ser transferido para o Legislativo.

Irresponsabilidade

Na avaliação de Roberto Freire, Dilma Rousseff e o presidente da Câmara usam a mesma prática do PT, de prometer e não cumprir. “Acenaram que iriam atender uma reivindicação justa, agora, no governo, não cumprem. Isso é uma irresponsabilidade”, criticou Roberto Freire.

A esquerda brasileira está rasgando o discurso do passado e perdendo a essência ideológica, processo que teve início na campanha presidencial de 2002, quando Luiz Inácio da Silva, após três fracassadas tentativas, conquistou o direito de ocupar o Palácio do Planalto. De lá para cá, a esquerda verde-loura vem passando por processo de mutação de fazer inveja a qualquer camaleão.

Nos tempos de ruidosa e ácida oposição, o PT, mais especificamente, não apenas criticava os banqueiros, mas defendia a estatização dos bancos. Entre os tantos protestos contra o capital privado, os petistas sempre surfaram no bordão “Fora FMI”. Depois que Lula experimentou as benesses do poder, todas elas patrocinadas pelo capitalismo, o PT mostrou que ser direitista é a sua vocação.