Percorrer de carro dez quadras na capital paulista demora tanto quanto um voo entre SP e Rio de Janeiro

Ode ao caos – Qualquer especialista em urbanismo sabe muito bem que uma metrópole com mais de 3 milhões de habitantes é problemática. Acima desse número, a metrópole é forte candidata ao caos. Mais importante cidade brasileira e a sexta maior do planeta, São Paulo é uma confusão sem fim, cuja suposta solução sempre frequenta os discursos mentirosos dos políticos.

Nesta quinta-feira (9), a capital dos paulistas foi alvo de mais uma rápida e isolada chuva de verão, suficiente para provocar a pane de vários semáforos, o que provocou problemas no trânsito em número acima do normal.

O trânsito, há décadas complicado, tornou-se ainda mais difícil com a enxurrada de automóveis noves, que chegaram às ruas das cidades brasileiras na esteira do incentivo tributário concedido às montadoras por Luiz Inácio da Silva, como forma de minimizar os efeitos da crise financeira de 2008. À época, o ucho.info alertou para a necessidade de parte do valor arrecadado com os tributos incidentes sobre os automóveis ser aplicada na melhoria da malha viária e na mobilidade urbana. Como nada disso foi feito, o resultado é facilmente comprovado nas ruas e avenidas paulistanas.

Por volta do meio-dia desta quinta, a reportagem do ucho.info demorou exatos trinta minutos para percorrer apenas dez quadras na região da Avenida Paulista. Por certo os leitores pensarão que algo de errado ocorreu no trajeto, mas a resposta é simples. Excesso de carros nas ruas. Para se ter ideia do absurdo que isso representa, uma voo da ponte-aérea Rio-São Paulo demoro em média 37 minutos.

Mesmo diante de tantas evidências de falta de infraestrutura, as autoridades paulistanas continuam acreditando que a cidade de São Paulo tem todas as condições para sediar a Copa do Mundo de 20114. Por ocasião do anúncio da FIFA, este site afirmou que a única saída para evitar o pior no dia do jogo de abertura da Copa seria a decretação de feriado municipal. Muitos ousaram afirmar que a ideia era absurda. Enfim…